As afirmações de José Sócrates, citadas pela agência «Lusa», foram proferidas no encerramento do comício do Porto, num discurso com cerca de 30 minutos, em que nunca se referiu em concreto a qualquer partido da oposição, ou a qualquer sindicato.
Numa óbvia intenção de passar uma mensagem «pela positiva» em relação ao futuro de Portugal, Sócrates aproveitou o comício para fazer um balanço exaustivo sobre as medidas adoptadas pelo Governo ao longo dos últimos três anos.
Sem especificar as correntes críticas das políticas do seu executivo, Sócrates observou no entanto que «alguns dizem que o Governo está a andar depressa demais, fazendo muitas mudanças, reformas e travando muitos combates».
«Pois é verdade: este Governo fez muitas mudanças, muitas reformas e muitos combates, mas este País estava há muito tempo parado, adiado e atrasado. É com esse país que estava parado e adiado que eu não me conformo», declarou, recebendo uma prolongada ovação dos militantes e simpatizantes socialistas.
Sem tempo a perder
Segundo o secretário-geral do PS, desde o início do seu mandato, «o Governo teve um sentido de urgência em relação à necessidade de mudança».
«Temos consciência que não temos tempo a perder. Não podemos deixar aos nossos filhos um país adiado. Este é o tempo da mudança», declarou.
Sócrates procurou, de seguida, demarcar-se em relação a políticas alegadamente seguidas por outros executivos, deixando a garantia que as reformas vão prosseguir.
«Ao contrário de outros, este Governo não está aqui para adiar tudo outra vez mas para concretizar um projecto de modernização e fazer com que Portugal recupere o seu atraso», disse, antes de visar a oposição, embora sem nunca nomear partidos ou sindicatos.
«A força das modernidade não é seguramente protagonizada por quem quer que tudo fique na mesma, por quem se opõe a qualquer reforma, ou por quem resiste a qualquer mudança por mínima que seja essa mudança. Esses não aprenderam nada com a História», apontou o primeiro-ministro.
De acordo com Sócrates, a força da mudança «também não está entre aqueles que escolhem o caminho da facilidade e do oportunismo, que vão para onde sopra o vento e andam atrelados em relação a qualquer protesto ou sinal de descontentamento».
«A mudança não virá também daqueles que cultivam a descrença e se alimentam do pessimismo. Esses já falharam mesmo antes de começar, porque não confiam nos portugueses», acrescentou, antes de reivindicar para o PS o papel de «força da mudança».
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