Amadeu Portilha, Presidente da Comissão Executiva de Guimarães Cidade Europeia do Desporto 2013, falou ao Maisfutebol sobre os mais de 100 eventos que esta iniciativa envolve.

Que atividades terá Guimarães durante este ano?

«Pela força das condições climatéricas, os primeiros três meses são tempo de muita atividade indoor. Tivemos um festival de natação sincronizada com mais de 600 espectadores, o torneio de judo, o jogo amigável Portugal-Equador...

A partir de abril, maio, começam os grandes eventos, que vão trazer milhares de pessoas a Guimarães. E temos fins de semana com dois e três acontecimentos ao mesmo tempo.

Vamos ter os campeonatos nacionais universitários, a final four da Taça de Portugal em futsal, a maior aula de karaté de sempre no centro histórico, um festival da atividade sénior, um festival de râguebi, com cerca de 800 atletas e que culmina com um jogo entre a seleção de Portugal e o resto da Europa.

Teremos a festa nacional da ginástica, com 5000 ginastas de todo o país, que são as fases finais concentradas de todas as especialidades da ginástica. Em andebol, teremos o jogo de apuramento para o campeonato da Europa entre Portugal e Espanha, o campeonato da europa de bócia, a liga mundial de voleibol.

Uma novidade é o open de ténis de Guimarães, com a presença do número um nacional, João Sousa, uma etapa do campeonato da europa de futvolei, vamos ter um torneio internacional de andebol, uma etapa do torneio mundial de speedminton, a meia maratona de Guimarães, o rali... São tantos eventos.

Vamos ter ainda uma componente de desporto para todos, que é um conjunto vastíssimo de atividades que procuram fomentar a prática do desporto.

Além disso, há uma componente de formação e qualificação dos agentes desportivos locais: treinadores, atletas, árbitros e dirigentes, com conferências, workshops, congressos...»

E na componente de investigação?

«Na sequência de um conjunto de estudos que temos vindo a fazer em Guimarães, estabelecemos um conjunto de parcerias com as universidades.

Por exemplo, com a Faculdade de Medicina do Porto e a Faculdade de Ciências de Nutrição vamos fazer um grande estudo sobre obesidade infantil em Guimarães, nas escolas do primeiro ciclo.

Vamos também fazer vários estudos com o ISMAI, para traçar o perfil do gestor desportivo em Guimarães. Com a Universidade do Minho teremos um estudo sobre o impacto das infraestruturas desportivas no território, para saber se a oferta que temos está bem distribuída.

Iremos também atualizar um estudo que já fizemos há quatro anos sobre a oferta e a procura desportiva, com a Faculdade de Desporto do Porto, porque o paradigma do desporto está a mudar. Queremos saber que modalidades procuram as pessoas.

Em Guimarães há 45 mil praticantes de desporto e só 9 mil é que são federados. E nós não podemos concentrar as políticas públicas só na árvore e esquecer a floresta. Não podemos apoiar só os atletas e esquecer os praticantes informais.

Vivemos um tempo de vacas magras, de grande exiguidade de recursos, e o pouco que temos deve ser investido com grande responsabilidade, correspondendo aos anseios das pessoas».

Qual é o envolvimento dos clubes nestas iniciativas?

«Temos 40 clubes envolvidos, 21 escolas, 17 associações desportivas, seis universidades, nove federações. E esse envolvimento foi sempre um dos nossos grandes objetivos. Quase todos os eventos têm a seu lado um clube ou uma associação local.

O nosso objetivo é fazer coisas diferentes porque acreditamos que o alargamento da oferta desportiva potencia a prática do desporto. Por isso queremos chamar a Guimarães eventos com modalidades menos conhecidas, ou modalidades conhecidas e com uma grande projeção internacional, como foi o caso do Portugal-Equador em futebol».

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