Gil Vicente e Estoril não saíram do zero na abertura da 25.ª jornada da I Liga. Os galos foram melhores, tiveram as melhores oportunidades, mas não conseguiram derrubar a turma canarinha do ninho defensivo. Os gilistas podem ver o Sp. Braga, 4.º classificado, a fugir na classificação. Ainda assim, a formação de Ricardo Soares aumentou para dez o número de jogos sem conhecer o sabor da derrota. Histórico!

As equipas entraram em campo ao som de Imagine, de John Lennon, numa homenagem à Ucrânia. Com as cores ucranianas no equipamento, o Estoril parece ter feito um pacto de não agressão aos barcelenses, nunca conseguindo criar ocasiões reais de perigo. Os estorilistas ficam com os mesmos 11 pontos de atraso para os galos e podem ver o Vitória de Guimarães distanciar-se.

Primeira parte fria

Depois do moralizador empate no Dragão, Ricardo Soares foi fiel à equipa que lhe tem dado garantias de sucesso e fez apenas uma alteração (forçada) no onze. Aburjania rendeu no meio campo o castigado Vítor Carvalho. Já Bruno Pinheiro mudou quatro de uma assentada depois da derrota caseira frente ao Boavista. Só na defesa foram três e uma no meio campo. Ferraresi formou dupla no centro com Raul Silva, Joãozinho ocupou o lado esquerdo e André Franco regressou ao miolo de terreno.

A primeira parte foi como a noite em Barcelos: fria e com poucos motivos de interesse. As duas equipas equilibraram-se e poucas foram as vezes que chegaram com perigo junto das balizas. A qualidade individual e de passe estavam lá, mas a circulação era feita algo lenta, facilitando a vida às defesas.

Apesar do equilíbrio, eram os galos que tentavam mais vezes atingir a baliza contrária e foram eles que estiveram mais perto de marcar. Primeiro foi o goleador Fran Navarro a cabecear rente ao poste, após pontapé de canto. Depois, foi Leautey, num remate à meia volta, a obrigar Daniel Figueira a defesa apertada para canto. Os gilistas terminaram o primeiro tempo em cima da turma canarinha, mas sem efeitos práticos.

Muito mais Gil Vicente

A segunda parte foi diferente. Mais viva, com muitos ‘bruah’ na bancada e um Gil Vicente a mandar na partida. Os galos começaram a circular o esférico com maior velocidade e qualidade e abriram o livro. Fran Navarro esteve perto de marcar, mas a baliza parecia que, esta noite, não queria nada com ele.

Primeiro, roubou o esférico a Raul Silva, numa infantilidade do central, e rematou para boa defesa de Daniel Figueira. Pouco depois, após passe de Zé Carlos para trás das costas da defensiva canarinha, o avançado espanhol rematou de primeira rente ao poste. A seguir, valeu Ferraresi, com um corte providencial, a impedir o golo de Navarro. Isto tudo após excelente jogada de Samuel Lino a partir os rins a Raul Silva.

Os treinadores começaram a refrescar as equipas e a tentar mexer com o jogo. O Estoril começou a ser mais assertivo nas transições ofensivas rápidas e a colocar a defesa local em sentido. Já os galos tentaram aumentar a pressão sobre a turma canarinha, mas esbarravam numa equipa bem organizada, que parecia agradada com o empate.

Até ao fim, assistiu-se a um galo em busca do golo, muito com o coração e pouco com a cabeça, e a um Estoril a perder tempo de todas as formas. Depois do apito final, as duas equipas envolveram-se num bate boca no relvado, mas felizmente não passou disso.