Em conversa com os jornalistas, ainda no relvado do Estádio do Mar, Filipe Martins admitiu que o Casa Pia esteve sempre «camuflado» na luta pela subida, lembrou o período em que esteve afastado da equipa por motivos de saúde e apontou o jogo em que a equipa sentiu que poderia chegar à Liga.

«Espero ter ainda mais gente em Lisboa à nossa espera. Vamos desfrutar deste momento e a partir da próxima semana pensarmos no futuro. Vamos desfrutar disto que é fantástico. Sentimo-nos abençoados.

Às vezes não damos importância ao que é viver o dia a dia. Há alturas em que temos de parar para pensar. Este ano tive uma altura em que tive muitas vezes tempo para pensar. Agradeço à minha família e à minha entidade patronal todo o apoio e aos meus jogadores. A ordem, o respeito e a organização nunca deixou de imperar dentro do nosso balneário.

Andámos sempre um pouco camuflados em relação à subida. Sabíamos que podíamos pagar caro essa fatura. Muitos dos jogadores que estão a festejar vieram da terceira divisão, outros nunca tinham jogado em Ligas profissionais. Mesclámos com outros de forma a que esses pudessem crescer. Era um grupo heterógeneo em relação à mensagem. Havia jogadores que queriam que assumissemos a subida enquanto outros, cada vez que apertávamos a rosca a nível de responsabilidade, havia dificuldades. Fomos andando, sempre caladinhos e humildades até chegamos aqui. É muito merecido. Parabéns ao Rio Ave pelo título que conquistou. Num campeonato de 34 jornadas tem de haver mérito, tal como nós temos mérito. 

O jogo que nos dá o clique de acharmos que podemos lutar pela subida foi contra o Nacional, na Madeira. Dentro do balneário, mesmo nos momentos em que as coisas não aconteceram como queríamos, nunca senti o grupo perdido. Se tivesse de identificar um jogo, seria esse: vitória aos 94 contra um candidato. A equipa percebeu que podia ganhar a qualquer um.»