Pedro Moreira, da DECO, lembra à Agência Financeira que a política fiscal do Executivo ainda não foi bem desenvolvida e que o Governo deve «abrir o jogo» e explicar o que pretende fazer, tanto ao nível dos impostos indirectos (IVA) como dos directos (IRS, IRC), já que ano após ano são tomadas medidas diferentes.
«O Governo anunciou agora uma redução do IVA dos 21% para os 20%, mas antes foi retirar benefícios fiscais aos portugueses. E daqui para a frente, o que vai acontecer? O que ainda pode vir a descer e até que patamar? Será que mais tarde vão aumentar outros impostos?» questiona o especialista da DECO, que acrescenta que «continuamos em saber se esta mexida é ou não sustentada».
Pedro Moreira garantiu à AF que esta baixa do IVA merece aplauso mas para já «gostaria de ver um plano fiscal com garantias a curto/ médio prazo», até porque a redução «pode não ter grande significado» nos bolsos das famílias portuguesas.
«Os empresários não tem obrigação de reduzirem os preços» diz o mesmo responsável que espera, contudo, que «os agentes económicos reduzam os valores que praticam».
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