Um dos maiores nomes do ciclismo mundial no início do século, Jan Ulrich teve um pós-carreira que não envelheceu bem e viu-se envolvido em vários escândalos, com problemas com o álcool e as drogas.

De tal maneira, que a vida do antigo atleta alemão vai dar um documentário, o qual vai estrear no final deste mês. Ora, a esse propósito, Ulrich deu uma entrevista à revista Stern na qual falou abertamente sobre o problema do doping no ciclismo.

«Percebi muito rapidamente que o doping estava muito generalizado. Disseram-me que eu era bom, tinha um grande talento, que treinava com muita dedicação e que tinha todas as capacidades necessárias. Mas também me disseram que se queria manter-me ali teria de participar», começou por dizer.

«A perceção generalizada naquela altura era que, sem nenhuma ajuda, seria como ir para um tiroteio armado só com uma faca. Pensava-se 'se não fizeres isso, como é que vais sobreviver numa corrida?' Então, vais no pelotão e sabes que provavelmente és um dos únicos que não tem nada e, por isso, tens zero chances de ganhar», acrescentou, sobre o uso de substâncias proibidas.

Jan Ulrich, diga-se, venceu a Volta a França em 1997 e a Volta a Espanha em 1999, ele que foi o maior rival de Lance Armstrong no início dos anos dois mil. Foi ainda medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 2000.