Maniche recordou um ritual que o plantel do FC Porto fazia durante os almoços: colocar os relógios dentro do tacho do arroz de cabidela. A ideia de Paulinho Santos e Jorge Costa tinha como objetivo perceber quem comprava relógios falsos a um senhor que ia ao local onde os jogadores estagiavam. 

«Tivemos um belo almoço de equipa, normalmente são aqueles em que os jogadores podem comer,  o que significa arroz de cabidela. O Jorge Costa e o Paulinho Santos lembraram-se que tínhamos de colocar os relógios dentro do tacho para perceber quais eram falsos. De 15 em 15 dias havia um senhor que ia aos nossos estágios vender relógios falsos. Tínhamos de descobrir quem andava a comprar relógios falsos», começou por dizer o ex-internacional português, no canal 11. 

Mas afinal, como é que se conseguia perceber quais eram verdadeiros ou falsos? O antigo futebolista explica. 

«Quando tiras o relógio, para além de sujo e embaciado, o ponteiro deixava de funcionar. Aí descobrias se o relógio era falso e se tinha sido comprado naquele senhor. Era uma vergonha para todos. Então havia dois que não queriam colocar os relógios: o Baía e Paulo Ferreira. A bracelete do Vítor era de pele e ele não a queria sujar e o Paulo porque tinha comprado um relógio em condições há pouco tempo. Perguntei se era receio de o relógio ser falso, não percebia», explicou. 

Paulo Ferreira, que também participou na conversa, explicou por que razão hesitou em colocar o relógio dentro do tacho de arroz de cabidela. 

«Não, por acaso não. Foi o relógio mais carito que comprei na altura. Custou-me muito, mas foi sob pressão do Vítor, ele é um amante de relógios de marca e dizia-me: 'Paulo, desculpa lá, mas não podes andar com esse relógio. Tens de gastar um dinheirinho e comprar uma coisa em condições'. Na altura esse foi o primeiro em que perdi a cabeça», referiu o ex-lateral.