No chão imundo das ruelas da Citie Solei, os bolinhos acinzentados estão cuidadosamente ordenados em cima de um pano velho, contrastando com o desarranjo do bairro mais perigoso de Port-au-Prince. Parecem uma peça de artesanato local, assemelham-se a cinzeiros achatados, mas são alimento dos que não querem morrer à fome. Fruto do desembaraço das mulheres que tiveram de aprender como enganar a fome dos filhos, os «bolinhos de barro» surgem expostos um pouco por toda a parte.
Sentadas no chão e abrigadas do calor por tendas feitas de paus e panos, elas amassam a argila e a gordura com a ajuda de um pouco de água imunda. Quando ganha a consistência certa, ganha também o nome de «bolinho» e é posto ao sol para secar. E ali ficam, à disposição dos famintos e das moscas.
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