Para salvar o Tratado de Lisboa «não há outra solução» senão uma nova votação pelos irlandeses, mas isso depois de uma «adaptação» do texto ao país, declarou este sábado o secretário de Estado francês dos Assuntos Europeus, escreve a Lusa.

«É preciso que o processo de ratificação vá até ao fim...e durante esse período dar tempo de reflexão aos irlandeses, saber se através de algumas mediações ou de um pedido deles poderão voltar a votar», disse Jean-Pierre Jouyet à rádio Europe 1.

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«Não há outra solução» para que o tratado possa entrar em vigor, sublinhou, numa entrevista sobre o resultado negativo do referendo irlandês ao Tratado de Lisboa.

«É muito cedo para saber o que nos irão pedir», acrescentou, sugerindo que o Conselho Europeu de 19 e 20 de Junho será uma ocasião para o primeiro-ministro irlandês dar conta da sua «análise».

A hipótese dessa «mediação», que surgiria «no final do processo de ratificação» dos outros 26 países membros da UE, é «que se chegue a acordo com os irlandeses sobre um pedido que não reabra o dossier das instituições», disse o governante francês.

«Os irlandeses têm um estatuto neutro, podem pedir para ser dispensados, por exemplo, do que é a política europeia de segurança e de defesa no quadro do novo tratado», acrescentou.

Seria «uma adaptação marginal que só diz respeito aos irlandeses», sublinhou. «Ou votam de novo no termo de uma mediação, ou continuamos a trabalhar no quadro actual», concluiu.