(ACTUALIZADA ÀS 20:56)

O primeiro-ministro português, José Sócrates, classificou esta esta sexta-feira como uma «derrota» pessoal o «não» irlandês ao Tratado de Lisboa mas defendeu que o processo de ratificação «deve continuar nos outros países», refere a Lusa.

«Este resultado provoca um profundo desapontamento a mim e a todos aqueles que lutam por uma Europa mais forte, que ultrapasse a crise institucional e se afirme no Mundo e dê um sinal de confiança na sua economia e no seu futuro», afirmou José Sócrates em declarações aos jornalistas, na Figueira da Foz.

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«Com certeza é uma derrota para mim. É uma derrota para mim e para todos aqueles que se empenharam no Tratado de Lisboa e no projecto europeu. Todos [os líderes europeus] estarão tão desapontados quanto eu estou neste momento», acrescentou.

Falando à entrada de uma cerimónia de assinatura de contratos no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), o primeiro-ministro português sublinhou que o projecto europeu «precisa de avançar» e que o Tratado de Lisboa é «essencial para que avance».

«Não quero minimizar este resultado

«Não quero minimizar este resultado. É preciso encontrar uma solução que responda e resolva o problema agora criado», frisou.

Para José Sócrates, a solução terá que basear-se «naquilo que foi o acordo de todos os 27 Estados-membros», porque a resposta para os problemas da Europa encontram-se no Tratado de Lisboa.

Sócrates aguarda pela reunião do Conselho europeu da próxima semana para discutir «uma solução que responda ao problema agora criado pelo voto irlandês».

«Não quero fazer juízos antecipados»

José Sócrates afirmou «desconhecer as razões específicas» que levaram ao «chumbo» irlandês e disse que espera «uma conversa e uma análise mais profunda» com o primeiro-ministro irlandês, Brian Cowan, para uma «interpretação do que se passou na campanha do referendo».

«Não quero fazer juízos antecipados. Espero por uma melhor análise dos que acompanharam a campanha do referendo na Irlanda para então formular um juízo», disse.

«Nos referendos, muitas vezes não é respondida a pergunta. Vota-se, não com base no que está, mas sim no que alguns dizem que está», acrescentou.

Questionado pelos jornalistas se o resultado do referendo põe em causa a sua carreira política, José Sócrates respondeu: «Houve tentativa de torcer as minhas palavras. O Tratado de Lisboa não é importante para a minha carreira politica, foi importante e decisivo na minha carreira politica».