A mãe de Madeleine, que escreveu o livro para «transmitir a verdade» e «a visão dos acontecimentos» dos pais da criança inglesa desaparecida em 2007, refere no capítulo que intitulou «No Reino da Fantasia» que a proposta da PJ visava tornar a sentença «muito mais indulgente».
Kate McCann escreve «apenas dois anos», contando que o advogado Carlos Pinto Abreu, que o casal contratou meses depois do desaparecimento da filha, lhe disse que se ela não aceitasse a proposta da PJ seria «acusada de homicídio».
Leia o excerto, abaixo:
«O Carlos anunciou o que a polícia tinha proposto. Se nós, ou melhor, eu, admitisse que a Madeleine tinha morrido num acidente no apartamento, e confessasse ter escondido o corpo e depois ter-me desfeito dele, a sentença que receberia seria muito mais indulgente: apenas dois anos, disse, por oposição ao que me esperaria se fosse acusada de homicídio.
Perdão? Não tive sinceramente a certeza de tê-lo ouvido bem. A minha incredulidade transformou-se em raiva. Como se atrevia ele a sugerir que eu estava a mentir? Como se atrevia ele a esperar que eu pudesse viver com uma acusação daquelas? E mais importante ainda, estariam realmente à espera que eu confessasse um crime que eles tinham inventado, que afirmasse falsamente perante o mundo inteiro que a minha filha estava morta quando o resultado seria que o mundo inteiro deixaria de a procurar? Aquela táctica da polícia podia ter resultado no passado, mas não ia de certeza resultar comigo. Só por cima do meu cadáver.»
RELACIONADOS
Livro de Kate McCann revela tendências suicidas e profunda depressão
Maddie McCann desapareceu há quatro anos
Casal McCann desmente notícia de que autora de Harry Potter escreve livro sobre desaparecimento de Maddie
Kate McCann participa em vigília na Catedral de York
Kate e Gerry McCann reforçam apelo aos portugueses
Gerry e Kate McCann assinalam: «Este é o quarto natal sem a Madeleine»
McCann pedem a David Cameron para reabrir a investigação