«Imran Khan começou uma greve da fome de duração indeterminada», afirmou Saifullah Niazi, porta-voz do pequeno partido político que Khan criou e dirige.
Khan, 55 anos, exige nomeadamente o levantamento do estado de emergência imposto pelo general Musharraf em 3 de Novembro e mantido, apesar de estarem previstas eleições legislativas para o início de Janeiro, referiu Niazi.
Detido quarta-feira durante uma manifestação na Universidade de Lahore (leste), onde se deslocou após dez dias de clandestinidade, Imran Khan foi acusado no dia seguinte de incitação à sublevação armada e preso por ter apelado para manifestações contra o estado de emergência.
Khan foi extremamente violento nas suas críticas desde o início do estado de emergência contra o general Musharraf, que apelida de «ditador militar», no poder desde um golpe de Estado há oito anos.
Imran Khan, que exigiu nomeadamente a pena de morte contra Musharraf, está detido na prisão de Deraghazi Khan, no centro do Paquistão, normalmente reservada aos suspeitos ou condenados por actos terroristas ou aos presos particularmente perigosos.
As notas de culpa referem-se a «incitação à sublevação armada, à desobediência civil e ao ódio», disseram responsáveis policiais.
Poderá incorrer numa pena de sete anos até prisão perpétua.
Antigo capitão da equipa de críquete que venceu a Taça do Mundo de 1992, Khan estava sob detenção domiciliária desde 3 de Novembro, tendo fugido alguns dias depois, quando a polícia, segundo ele, o ia buscar para a cadeia.
Na clandestinidade, multiplicou as declarações hostis contra Musharraf, chegando mesmo a exigir a pena de morte contra o presidente.
Entretanto, o Supremo Tribunal paquistanês chumbou cinco dos principais recursos da oposição contra a reeleição do presidente Pervez Musharraf, ficando apenas um por examinar ainda esta semana, anunciou hoje o advogado do governo.
A mais alta jurisdição do Estado, remodelada para uma composição mais favorável ao actual presidente e ao estado de emergência que decretou a 3 de Novembro, deveria examinar seis recursos sobre a validade do escrutínio presidencial de 6 de Outubro, mas também sobre a elegibilidade de Musharraf, contestada pela oposição.
«Cinco dos recursos foram chumbados. Falta apenas um, que será examinado quinta-feira», afirmou Malik Mohammad Qayyum, Procurador-Geral do Paquistão, que funciona como advogado do governo.
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