O Maisfutebol desafiou os jogadores e treinadores portugueses que atuam no estrangeiro, em vários cantos do mundo, a relatar as suas experiências para os nossos leitores. São as crónicas Made in Portugal:

JORGE RODRIGUES, NOMME KALJU (ESTÓNIA):

«Olá a todos,

Mais um natal e passagem do ano passados na Estónia. Devido a treinos e jogos não foi possível ir a casa. De qualquer forma, foram as melhores festas possíveis, junto de vários colegas que partilham a mesma situação que eu. Não faltou nada e até a minha família esteve presente, através do Skype!

A pré-época já vai a meio, faltando cerca de um mês para o início do campeonato. Desde a última crónica, já disputámos cinco jogos, quatro deles num torneio de pré-época realizado pela federação, onde conseguimos três vitórias. O outro jogo foi realizado na Finlândia, frente ao FC Honka.

Para defrontar o vice-campeão da Liga finlandesa tivemos de fazer uma viagem de barco durante duas horas num mar coberto de gelos. Felizmente, estes barcos estão mais que preparados para isso. Esqueço-me facilmente do Titanic. A viagem é rápida e tranquila. Por lá, não faltam restaurantes e centros comerciais de baixo preço.

Embora a Finlândia seja um país mais rico e mais preparado para o frio que a Estónia (estradas e ruas mais limpas da neve e gelo, edifícios públicos mais quentes), não é um país que me atraia, pois os finlandeses em comparação com os estónios são muito mais fechados e frios. 



O saldo da nossa preparação é positivo, mas o mais importante nesta fase é ganhar ritmo competitivo e avaliar novos jogadores que venham acrescentar qualidade ao nosso plantel para agora neste ultimo mês, com o grupo completo, assimilar os princípios de jogo do treinador e atacar o campeonato deste início.

O nosso objetivo é vencer o campeonato novamente. Esta é uma pré-época longa, se comparada com uma pré-época em Portugal, mas devido ao clima a nossa preparação tem de ser realizada por etapas.

A solução poderia passar por fazer a pré-época num país mais quente, aí a pré-época seria mais curta e intensa, mas a política do clube passa pela adaptação ao clima e cultura desde o inicio. É nesse país que vamos jogar. Por outro lado, é preciso fazer a avaliação e a adaptação dos novos jogadores ao clube.

Os treinos realizam-se em pavilhões aquecidos, com relvado sintético, tudo de última geração. A temperatura ambiente ronda os 10 a 15 graus. Isso permite-nos trabalhar com qualidade. Cá fora, a vida é feita com outras condições. As temperaturas andam entre os -9 e os -20º graus, logo a roupa e o próprio estilo de vida são diferentes. Nem todos os jogadores se adaptam a estas condições.

Para vos mostrar melhor como é a realidade nesta altura na Estónia, deixo aqui um par de vídeos e uma fotografia com um gorro muito habitual por estes lados. É uma excelente arma para atacar este frio!

Um grande abraço e até à próxima,

Jorge Rodrigues»