José Mourinho fez um balanço dos primeiros meses no comando técnico do Tottenham e recuou até janeiro de 2002 para recordar o início da campanha memorável no FC Porto. Nessa altura, o treinador português usou a meia época inicial para preparar as seguintes.

O Tottenham estava no 14.º lugar quando Mourinho assumiu o comando técnico, a 20 de novembro de 2019. Desde então, só três equipas fizeram mais pontos que os spurs (Liverpool, Manchester City e Manchester United). Após a remota da competição, o Tottenham também apresenta o quarto melhor registo. Porém, ocupa o 7.º lugar.

«Eu e a minha equipa técnica fazemos uma análise interna e sabemos que estamos a fazer um trabalho muito positivo. Posso comparar um pouco isto com a minha experiência no FC Porto. Quando cheguei ao FC Porto em janeiro (2002), essa metade de época foi realmente difícil, mas foi muito importante para preparar a próxima», salientou o técnico, em entrevista à Sky Sports.

«Portanto, é isso que estamos a fazer nesta altura, a acumular conhecimento e experiência no clube para preparar o que se segue», explicou Mourinho. E o que vem aí para o Tottenham? «Vamos ver. Vamos ver. Em circunstâncias normais, o Tottenham estaria no top-4.»

José Mourinho frisa que as hipóteses da sua equipa também dependem do tipo de investimento dos adversários: «Vamos ver o que os outros fazem. Estou satisfeito com a globalidade do plantel e espero que possamos dar alguns retoques para melhorar e ficarmos melhor, mais competitivos, mais adaptados à minha forma de pensar, com um equilíbrio que procuro sempre encontrar nos meus plantéis.»

«As pessoas olham para mim de forma diferente. Eu sei que as pessoas esperam coisas de mim que não esperam de muitos outros. Por exemplo, após o jogo frente ao Newcastle, a primeira pergunta foi sobre um jogador que não foi titular», disse.

Os outros treinadores da Premier League não estão sujeitos ao mesmo escrutínio, considera Mourinho: «Quando um jogador não joga com outro treinador, isso nunca é um problema. Eles fazem rotação. Eles tomam decisões. Eles deixam no banco jogadores incríveis e toda a gente olha para eles e pensa que esse é o trabalho deles. É assim nas grandes equipas.»

«Mas quando o Tottenham, pela primeira vez na época, tem disponíveis Lucas Moura, Steven Bergwijn, Erik Lamela e Heung-Min Son, as pessoas perguntam-me sempre sobre os que não estão a jogar.»

No final da temporada, José Mourinho espera regressar a Setúbal para descansar, se tal for permitido pelo governo britânico: «Gostava de voltar lá. Vamos ver se o Sr. Boris me permite isso.»

«Os jogadores vão ter três semanas de férias. Eu irei depois deles e regressarei antes deles, portanto serão no máximo 10 dias. Estarei sempre a trabalhar, mesmo que tenha a oportunidade de me sentar numa praia de Setúbal», rematou o treinador português.