Há três anos, desde o primeiro jogo de Marcelo Toscano no V. Guimarães, que a Liga não via uma coisa destas: um avançado, estreante, a assinalar a sua entrada em cena com um hat-trick. A tarde de gala de Freddy Montero, no primeiro jogo oficial em Alvalade, foi a cereja no topo do bolo para a equipa de Leonardo Jardim, de volta a uma posição, a de líder, que não ocupava há precisamente seis anos.

A pré-temporada do avançado colombiano tinha misturado os sinais promissores (o golo ao Nacional, logo no primeiro dia, e principalmente o golaço à Fiorentina) com as interrogações - alguns falhanços comprometedores na pequena área, a deixarem a ideia de que funciona melhor como segundo avançado, ao lado de um parceiro mais fixo do que como referência de área.

Sem Slimani, por questões burocráticas, Leonardo Jardim deu-lhe confiança, no eixo do ataque, bem enquadrado por Carrillo e Wilson Eduardo, primeiro, e Capel, depois. Foi dos pés de Wilson Eduardo que saiu o cruzamento para o seu primeiro, um desvio pouco ortodoxo, à boca da baliza, com a parte de cima da coxa. A eficácia veio primeiro, o estilo chegou depois: na segunda parte, diante de um Arouca cada vez mais aberto, o colombiano beneficiou de dois bons serviços de Capel para marcar, de cabeça, e culminar uma tarde inesquecível com um golo de pura classe. As dúvidas sobre as suas aptidões como referência de área continuam a existir, e a ser legítimas. Mas é com tardes como estas que Montero pode silenciá-las, e afastar de vez os fantasmas de nomes como Liedson e Van Wolfswinkel.