O Barcelona está de regresso aos quartos de final da Liga dos Campeões, quatro épocas depois. No Olímpico Montjuic, a entrada impetuosa dos «culés» desfez a igualdade da primeira mão (1-1) e permitiu à turma de Xavi Hernández conter a resposta do Nápoles. Ao sexto encontro – de clubes centrais no legado de Maradona – os italianos continuam incapazes de vencer os catalães.

Sem Félix de início, mas com Cancelo e Mário Rui titulares pelas respetivas equipas, os anfitriões assumiram desde cedo a batuta do encontro. Uma vez que o (ainda) campeão italiano convidava aos ataques lateralizados, Yamal e Mário Rui protagonizaram um particular «tête-à-tête». Do outro lado, pela esquerda, o estreante na prova, Pau Cubarsí, aplicava passes longos, na procura de Fermín.

Se, aos 14m, o médio calibrou mal o «chapéu», um minuto mais tarde foi letal. Em nova investida pela esquerda, Cancelo combinou com Raphinha, que, pleno de espaço, serviu o «solitário» Fermín. Foi o segundo golo do médio espanhol na prova.

Na resposta, o Nápoles confiou a Mário Rui um cruzamento bem-sucedido. Todavia, do pé do internacional português começou uma jogada que culminaria no pé do homólogo e compatriota.

Ora, o corte de Ronald Araújo foi recolhido por Yamal, que percorreu meio campo e serviu Raphinha. Na cara do golo, o ex-Sporting desferiu um arco indefensável, mas que beijou o poste da baliza de Merete. «Passou o perigo», terá pensado a defesa napolitana. Nesse momento, a astúcia de João Cancelo foi determinante, pelo que o lateral agradeceu a apatia contrária para ampliar a vantagem «culé» e assinar o segundo golo na Liga dos Campeões.

Confortável na frente da eliminatória (3-1), o Barcelona acalmou o encontro e cedeu, ao desbarato, o ritmo. Por isso, o Nápoles começou a crescer no encontro, à boleia de ataques lateralizados por Mário Rui e Di Lorenzo.

Aos 30m, o central Amir Rrahmani «calçou» o modo silencioso, instalou-se na área contrária e capitalizou o cruzamento de Politano, que havia surgido nas costas de Cancelo.

Galvanizados, e a espreitar a igualdade, Mário Rui e companhia remeteram os «catalães» para a respetiva área. Num dos vários cruzamentos, o português serviu o colega de posição, Di Lorenzo, que apenas foi travado por um voo estupendo de Ter Stegen.

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Confiar no destino e na eficácia

No segundo tempo, a toada manteve-se, mas os italianos foram incapazes de capitalizar as oportunidades. Ora ineficazes, ora travados pelo jovem Pau Cubarsí. Aos 17 anos, na primeira noite de Champions, o jovem internacional espanhol entregou o cartão de visita ideal e lições sobre como «secar» Osimhen.

Entre muitas faltas e substituições, Lindstrom teve na cabeça o empate. Contudo, o médio apenas foi capaz de tirar tinta ao poste esquerdo de Ter Stegen, mero espectador do lance. Estavam decorridos 81 minutos.

Alertado pelos avisos dos visitantes, Xavi lançou, de imediato, Félix, a fim de aproveitar as brechas que se abriram na defesa contrária, posicionada para lá da linha de meio-campo. A entrada do português coincidiu com o momento em que o Barcelona retomou o controlo das incidências, apostado em sentenciar a eliminatória.

Nesse sentido, corria o minuto 83 quando, pela esquerda, Sergi Roberto, Gundogan e Lewandowski combinaram para o 3-1, numa jogada sublime que lembrou o Barcelona de Iniesta, Xavi e Messi, ou o célebre trio «MSN».

As celebrações dos «culés» foram de tal ordem que os comandados de Xavi limitaram-se, até ao apito final, a confiar no destino. Olivera atirou à barra, aos 89m, e Kvaratskelia tirou tinta ao poste direito, aos 90+3m.

Selada a qualificação para os «quartos» da Liga dos Campeões, os «meninos» do Barcelona lideraram a festa no Olímpico Montjuic, com Xavi visivelmente orgulhoso, e aliviado, naquele que era o «jogo mais importante da época, até ao momento».

Findada a jornada europeia, o Barcelona, terceiro na La Liga, centra atenções na visita ao Atlético Madrid (4.º), agendada para a noite de domingo. O Barcelona não perde no campeonato desde o final de janeiro, registando sete jornadas a somar pontos (cinco vitórias e dois empates).

Por sua vez, o Nápoles volta a conhecer o sabor da derrota, seis partidas depois. Na Serie A, o (ainda) campeão é sétimo, a três pontos da zona de Liga Europa, e a sete pontos da zona «Champions». Segue-se a visita ao destacado líder e sucessor no trono do «Calcio», o Inter Milão.

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