Vítor Paneira, autor dos dois golos do Benfica no triunfo que os encarnados obtiveram por 2-1 sobre a Juventus, para a primeira mão dos quartos de final da Taça UEFA de 1992/1993, acredita que, desta vez, igual resultado poderá ser suficiente para o clube da Luz passar: «O Benfica leva vantagem que é mínima, mas se for bem gerida, pode ser suficiente».

Para o antigo ala benfiquista, «o Benfica terá que fazer um bom jogo, ser consistente, equilibrado», para passar em Turim. «A vantagem é mínima, mas existe. A Juventus vai ter que ir atrás do prejuízo, mantém-se 50-50 para as duas equipas».

Paneira recorda esse 2-1 sobre a Juventus então treinada por Trapattoni, em 1993: «Descansei dois ou três jogos para o campeonato, apareci no jogo com a Juventus, fizemos um grande jogo, fiz dois golos nesse jogo, tivemos vantagem que foi mínima. Lá, nos minutos iniciais sofremos um golo, o Silvino saiu lesionado, depois sofremos mais dois. Mas cá podíamos ter feito mais golos e a história podia ter sido diferente». 

Para Paneira, «o Benfica fez boa gestão no Dragão, no encontro para a Taça da Liga. Brincando um pouco, até diria que o Benfica até treinou no Dragão a possibilidade de jogar com dez em Turim... Mas a sério: o Benfica poderá entrar forte, moralizado, na máxima força, em Turim. Vai ser uma eliminatória para discutir até ao último momento».

O antigo jogador do Benfica não tem dúvidas em referir a Juve como «a equipa de mais qualidade que já defrontou o Benfica esta época na Liga Europa. Gere o jogo, é equilibrada, experiente. Mas o Benfica vai tentar passar e acredito que consiga».

«É uma final antecipada, porque nesta meia-final estão as duas melhores equipas entre as que restam na Liga Europa. Por isso, quem passar muito provavelmente ganhará a competição», apontou.

Convivência (mais ou menos...) pacífica

Paneira falou sobre o Juventus-Benfica à margem da apresentação do livro «Lá Em Casa Mando Eu», da autoria de Catarina Pereira e Manuel Neves, que decorreu esta segunda à noite, na FNAC do NorteShopping. 

Ela (jornalista) é adepta do FC Porto. Ele, médico, torce pelo Benfica. São casados e, na opinião de Paneira, provam que «é possível conviver sendo de clubes diferentes e aproveitar para terem uma mensagem positiva, com grande fair play e sentido de humor extraordinário». 

Vítor Baía, que também apresentou o livro, observou: «Fazendo uma retrospetiva dos últimos anos, e apesar do que aconteceu esta época, a Catarina tem mais razões para estar satisfeita que o Manel»...