O regresso de Sá Pinto ao futebol português ensinou o Moreirense a ganhar fora de portas esta época na Liga. Na derradeira jornada da primeira volta, a estrear o terceiro treinador, o Moreirense teve mais argumentos para derrotar o vizinho Vizela (0-1) pela margem mínima num duelo recheado de rivalidade.

Na melhor fase da época, vindo de dois triunfos caseiros, o Vizela, com Anderson em estreia no eixo da defesa, quis puxar dos galões próprios de quem recebia o rival melhor na tabela. Mas, foi impotente perante um Moreirense mais qualificado, apesar de vir de uma série com apenas um triunfo em cinco jogos e de ainda não ter vencido fora de portas na Liga.

O coração de Sá Pinto, que não fez qualquer mexida no onze, esteve no pé esquerdo de Rafael Martins. O avançado marcou pelo terceiro jogo consecutivo e indicou o caminho do triunfo ao Moreirense.

Acidentado, mas nem sempre bem jogado

Parte da atmosfera vibrante que se vivia nas bancadas extravasou para o relvado e o jogo foi pródigo em incidências. Lances de frisson, bolas paradas capazes de causar tremor, escapadelas aqui e ali em velocidade a arrancar nervos à plateia.

Ingredientes típicos de um dérbi que teve emoção e muita crença, mas, em abono da verdade, nunca chegou verdadeiramente a atingir picos de bom futebol e oportunidades devidamente construídas e com perigo anunciado.

Entre este figurino, o Moreirense puxa a si maior dose de protagonismo, uma vez que entrou mais forte no jogo. O conjunto de Sá Pinto esteve mais forte nos duelos, mais compacto e, não fossem as bolas paradas adversárias, dominava por completo o jogo. Conté pelo lado esquerdo foi o principal foco ofensivo, com o lateral a ganhar várias vezes terreno à concorrência criando perigo.

Erro vizelense para a glória cónega

Álvaro Pacheco percebeu que era pelos flancos que a sua equipa estava a ser agredida e tentou remediar a situação ao intervalo trocando os dois extremos. A entrada em campo dos vizelenses foi mais competente, mas um erro proporcionou ao Moreirense a chegada ao golo.

Kiki foi demasiado intenso num passe curto, Samu não conseguiu receber e Yan Matheus aproveitou para servir Rafael Martins. De pé esquerdo, sem floreados, o brasileiro atirou a contar indicou o caminho do triunfo ao Moreirense.

A reação do Vizela foi enérgica e repentina. Num ápice a equipa da casa dispôs de vários lances de bola parada criando lances de perigo. Lances pouco laborados e à base da crença que rapidamente se esfumaram e permitiram aos cónegos segurar o triunfo tangencial. Nos descontos o Vizela ainda viu Koffi ser expulso, perdendo o lateral para o jogo com o FC Porto.