Cerca de ano e meio depois de aqui ter carimbado uma classificação histórica para a Liga dos Campeões, o Paços de Ferreira de Paulo Fonseca regressou a Coimbra. Voltou para o Norte com um empate, o resultado que o técnico não queria, mas com o qual teve de se contentar, ou não tivesse chegado à igualdade mesmo ao soar do gongo.

O ano novo chegou, mas os pecados continuam iguais. Para ambos os lados. A Académica soma nove meses sem ganhar em casa, venceu esta época pela última vez em Setembro, e averbou o quarto empate consecutivo. Já o Paços somou o quarto jogo sem ganhar. Já os vimos melhor, de facto.

O jogo começou com um contratempo para Paulo Sérgio. Schumacher, que fizera um teste físico antes do início do encontro, não aguentou mais de três minutos em campo. Magique estava de prevenção, tinha aquecido com a equipa titular, e entrou de imediato, exatamente para o lugar do avançado com nome de piloto de Fórmula 1.

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O marfinense animou a noite, pela velocidade, persistência, e audácia, mas a finalização dos estudantes estava desastrada. Muita insistência, boas jogadas de entendimento, pressa e vontade em fazer tudo bem, mas pouca cabeça. E como estava fria a noite…

Para se ter uma noção, o primeiro (único?) remate dos estudantes enquadrado com a baliza aconteceu praticamente no final da primeira parte. Rafael Lopes terá tentado fazer um chapéu a Defendi, mas a aba saiu demasiado larga.

Pelo meio, muito Rui Pedro, muito Magique como já se disse, também muito Ofori, algum Marinho, menos Rafael Lopes, mas, em termos objetivos, uma mão cheia de nada para os comandados de Paulo Sérgio. Melhor, muito melhor, ainda assim, do que os rapazes de Paulo Fonseca, quiçá congelados pelo frio.

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Um remate de Hélder Lopes, de longe, na ressaca de uma jogada de insistência, foi o máximo que se viu dos Castores na primeira parte. Uma afronte ao bom futebol que esta equipa costuma(va) jogar. Razões para tamanha apatia? Paulo Fonseca já saberá. Ou talvez não.

A perseverança estudantil acabaria por castigar a má abordagem dos pacenses pouco depois do reatamento. Hélder Lopes terá metido a mão à bola e Marcos Paulo, que vira o remate cortado pelo defesa forasteiro, encarregou-se de cobrar, com sucesso, a grande penalidade.

Lee, herói e vilão: valeu, Mineiro

O Paços respondeu de imediato e, face à tentação dos estudantes em recuar, Lee assumiu papel determinante com um par de defesas a remates de Urreta. Tanto moral e confiança terá sentido o guarda-redes brasileiro que, no minuto seguinte, calculou mal uma saída num canto, ficou a meio, e Rafael Amorim marcou com toda a facilidade. Mais do mesmo em Coimbra. Há sempre um erro individual a estragar aquilo que de bom o coletivo consegue fazer.

Como de costume, também, a equipa ressentiu-se do revés, os adeptos desuniram-se no apoio, e os fantasmas voltaram a aparecer. No banco, com tantos jovens imberbes, Paulo Sérgio também não tinha muito por onde escolher.

Rafael Lopes ainda marcou, em fora-de-jogo, num último assalto à baliza de Defendi, e o Paços, na resposta, só não fez golo porque Lee, de novo no papel de herói, evitou um chapéu primoroso.

O jogo estava em brasa e, quem diria, Lucas Mineiro, em estreia com a camisola preta, virou o resultado para 2-1 numa jogada de insistência. Bruno Moreira quase acabava com a festa estudantil, mesmo, mesmo no final. Mas deixou a tarefa para o colega Vasco Rocha. Novamente num canto, novamente numa situação em que há clara falha da defesa da casa.