Daniel Ramos, treinador do Arouca, em declarações reproduzidas pela Lusa, após a derrota em casa do Farense (2-0), na 10.ª jornada da Liga:

«Acho que entrámos bem no jogo. Uma primeira parte muito equilibrada, onde o desnível do resultado advém de dois penáltis. Nós tivemos demérito na forma como os consentimos, porque o jogo estava dividido, controlado, sem grandes oportunidades de golo. Não havia domínio de nenhuma equipa, num jogo muito equilibrado, e as duas equipas, do ponto de vista defensivo, estavam a controlar os ataques.

Saímos a perder ao intervalo e precisávamos de arriscar, precisávamos de fazer algo diferente, e fizemo-lo para bem melhor. A segunda parte foi toda ela dominada pela equipa do Arouca. Tivemos domínio, circulação, boas jogadas, oportunidades de golo, faltou a bola entrar. E quando assim é, fica difícil.

Tentámos até ao final, sem desistirmos. Isso é um aspeto importante, porque, na adversidade, nós precisamos de perceber qual o nosso caminho e quem temos. Vi uma equipa a demonstrar que estava insatisfeita, que procurou marcar um golo e entrar no jogo, que teve oportunidades mais do que suficientes para isso.

O que me leva a dizer, com todo o respeito pelo Farense – sem tirar mérito à vitória –, que a melhor equipa em campo, do ponto de vista da qualidade de jogo, de oportunidades, de domínio, foi o Arouca. Só não dominou no resultado, e por isso mesmo a sensação muito amarga, porque fizemos por ter um resultado completamente diferente.

[Sente o lugar em risco?] É um assunto interno, entre mim e a direção. Se entendermos que não existem condições, é fácil: o treinador sai. O que quero neste momento é ter um grupo de trabalho que dê resposta, que mostre que este é o caminho. E se nós formos muitas vezes aquilo que demonstrámos aqui, principalmente pela segunda parte – não na primeira, pelo facilitismo que demos –, pela forma como controlámos o jogo, dominámos o jogo, não concedemos nada ao Farense, certamente as vitórias vão aparecer.»