Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, em declarações na sala de imprensa do estádio municipal de Portimão, após a vitória por 2-1 contra o Portimonense, em jogo da 24.ª jornada da Liga:

«Foi uma vitória difícil. Os jogos são todos difíceis, e à medida que nos vamos aproximando do final do campeonato, essa dificuldade ainda fica mais patente. Penso que a primeira parte foi algo morna, com muitas paragens. Olhámos para a constituição da equipa adversária e percebemos que queria muito esses duelos, esse confronto físico, com três centrais, três laterais, dois médios-defensivos e só dois jogadores com vocação ofensiva (Aylton e Beto). Percebemos isso, mas não soubemos desmontar a organização defensiva do adversário. Faltou alguma velocidade na circulação da bola e gente nas costas da linha média adversária, para atrair dentro e chegar de trás para a frente nos corredores laterais. Criámos uma ou outra situação e da parte do Portimonense não me lembro de nenhuma ocasião. Na segunda parte continuou a mesma toada. O Portimonense conseguiu algumas vezes esse espaço [entre a nossa linha defensiva], mas [criando apenas] uma ocasião, a situação do golo. Nós tivemos três ou quatro ocasiões. A vitória foi justa da nossa parte.

Muitas faltas, muitas paragens. Estou à vontade, porque ganhámos o jogo. Se perdesse, vinham falar de desculpas. É uma constatação de factos: joga-se muito pouco. Hoje, se tivemos 15 minutos de tempo útil de jogo na primeira parte, foi muito. Mas é assim, é a forma como está o nosso futebol. Todos, a começar por mim, temos de pensar nisso.

Não sou aquele treinador ‘low-profile’, que gosta de estar tranquilo. Vivo o jogo de forma apaixonada, em constante comunicação com os jogadores. Houve situações em que na ocupação de espaço, com e sem bola, pedíamos algo mais. Mas tinha mais que ver com o setor intermédio, como entrávamos na segunda fase, à entrada do meio-campo ofensivo. Faltou alguma inteligência posicional, mas davam-me garantias em termos defensivos. Entretanto fizemos o golo. Mexi quando achei necessário, baixando o Corona e metendo o Francisco na frente. Mas fui mexendo noutros setores e conforme o que o jogo ia dando.»