O Gil Vicente regressou às vitórias quase três meses depois. Um golo de Murilo, já na segunda parte, foi o suficiente para sair da zona de despromoção e agravar crise do Boavista, que já não vence desde setembro. Ricardo Paiva, depois de oficialmente apresentado, estreou-se com uma derrota.

Numa partida equilibrada entre dois coletivos a fazer uma travessia do deserto de resultados – os axadrezados chegaram a ser líderes nas primeiras jornadas –, uma grande penalidade, a castigar um pisão de Malheiro em Félix Correia, valeu aos gilistas os três pontos, subindo ao 14.º lugar. A formação axadrezada está uma posição acima.

Revolução nos galos

O treinador dos galos mudou quase meia equipa depois do desaire em Arouca, à semelhança do que havia feito na receção ao Moreirense. Saíram do onze Né Lopes, Leonardo Buta, Martim Neto, Pedro Tiba e Alipour e entraram Zé Carlos, Kiko Vilas Boas, Mory Gbane, Fujimoto e Baturina. Já Ricardo Paiva faz apenas duas alterações forçadas, devido a castigo, em relação ao onze que empatou com o Vitória de Guimarães. Saltaram do onze Makouta e Seba Pérez e entraram Vukotic e Reisinho.

Vítor Campelos prometeu uma entrada forte e os galos entraram melhor, tentando constantemente explorar a profundidade. E foi assim que começou a criar perigo. Zé Carlos desmarcou Murilo na direita, passou por João Gonçalves - teve uma saída extemporânea - e, já de ângulo apertado, o extremo brasileiro a rematar ao lado quando tinha a baliza deserta. Na resposta, Bozenik apareceu no coração da área a rematar com estrondo à barra, após assistência de Tiago Morais.

A formação axadrezada teve uma contrariedade à passagem do quarto de hora com a lesão de Salvador Agra, que saiu de maca direto para os balneários. Os gilistas continuavam com sinal mais, apesar do maior equilíbrio na partida. Perto da meia hora, João Gonçalves teve de se aplicar para parar o remate cruzado de Dominguez, que levava selo de golo.

No último quarto de hora o ritmo do jogo baixou. O Boavista conseguiu controlar a profundidade e começou a ter mais bola no meio-campo barcelense, contudo, apesar das aproximações à baliza contrária, nunca criou verdadeiro perigo. Os gilistas começaram a tentar um futebol mais apoiado, mas o sucesso era como o resultado ao intervalo: nulo.

Penálti decide jogo

A toada de jogo manteve-se no reatamento. Galos e panteras a dividir a contenda e sem grandes ocasiões de perigo. O paradigma mudou ao minuto 60, altura em que Félix Correia caiu na área e pediu falta de Malheiro. Luís Godinho mandou seguir, mas, alertado pelo VAR, foi ver o vídeo e assinalou grande penalidade. Chamado à conversão, Murilo não tremeu e colocou os galos em vantagem.

Ricardo Paiva mexeu na equipa, tentando aumentar a acutilância ofensiva dos axadrezados. Vítor Campelos respondeu na mesma moeda, refrescando o miolo e o ataque. A perder, o Boavista assumiu as despesas do encontro. Contudo, apesar de dominar o jogo até ao apito final e de rondar a área barcelense, nunca conseguiu incomodar Andrew, que manteve a baliza a zeros. Respira melhor o galo, ficando a apenas um ponto da pantera, que continua em queda livre.