*por Rui Almeida Santos


Num jogo de loucos, o Arouca deu a volta ao Famalicão e estreou-se a vencer na Liga. Ao minuto 90, Leandro apontou o 2-1, mas o Famalicão ainda celebrou o golo do empate aos 90+7, só que o lance acabou anulado por mão na bola de Batubinsika.

As duas equipas ainda lambiam as feridas que os duelos com os grandes de há uma semana haviam deixado. Os canarinhos pretendiam mostrar tudo o que ficou por fazer diante do Benfica, em virtude da expulsão madrugadora de Victor Braga, e o Famalicão procurava capitalizar a imagem deixada na segunda parte do jogo com o FC Porto, ao longo da qual por pouco (leia-se centímetros) não anulou uma desvantagem de dois golos.

Disputada com um belo pôr-do-sol como pano de fundo, a primeira parte não defraudou as expetativas. O Famalicão entrou mandão, mas rapidamente o Arouca equilibrou e só não se adiantou no marcador porque Velázquez, em antecipação a Luiz Júnior, cabeceou para fora.

Pouco depois, o central venezuelano desentendeu-se com Eugeni em zona proibida, e de um pontapé de baliza favorável aos arouquenses nascia o 1-0 para o Famalicão, apontado por Bruno Rodrigues.

A este nível, os pormenores são muitas vezes decisivos, mas o Arouca não se rendeu às dificuldades. Até ao intervalo, Eugeni, num livre frontal, fez a bola passar perto da barra e, pouco depois, Quaresma rematou de longe para grande defesa de Luiz Júnior. O Famalicão demonstrava dificuldades em suster a resposta adversária, mas também podia ter feito o segundo, com Ivo Rodrigues a obrigar Fernando Castro a aplicar-se num remate cruzado.

Ivo Vieira sentia a equipa desconfortável e, ao intervalo, lançou Gustavo Assunção, regressado de lesão, para o lugar do amarelado David Tavares. Só que o Arouca reentrou no jogo da mesma forma como o havia deixado, com a corda toda, à procura do empate.

O perigo ia rondando a baliza de Luiz Júnior, mas, tal como na primeira parte, o Famalicão continuava atento aos erros contrários. Aos 51 minutos, de um canto para os arouquenses nasceu um contra-ataque dos famalicenses que só não deu em golo porque Bruno Rodrigues foi displicente, permitindo o corte de Quaresma em antecipação a Ivo Rodrigues. Pouco depois, Diogo Figueiras rematou à barra.

Os forasteiros pareciam querer pegar no jogo, mas um penálti, validado após consulta das imagens por parte do árbitro, valeu o empate ao Arouca, assinado por João Basso.

O lance acordou o Famalicão, que encostou o Arouca às cordas. Ivo Rodrigues e Ivan Jaime, este por duas vezes, cheiraram o golo, mas Fernando Castro opôs-se sempre com qualidade. Perto do fim, já depois de Riccieli ter salvado o 2-1 em cima da linha de golo, Leandro, na sequência de um canto, completou a reviravolta.

Arouca explodia de alegria, mas ainda haviam oito minutos para se jogar. No lance imediatamente seguinte, Bruno Rodrigues deixou um aviso num remate que saiu a rasar o poste. Num final de loucos, a equipa da casa também poderia ter feito o terceiro, mas o verdadeiro suspense estava reservado para o fim. No último minuto da compensação, Batubinsika festejou o 2-2, mas o lance seria invalidado pelo árbitro, após consulta das imagens, por mão na bola do defesa famalicense.