Um jogo que soube a pouco. Portimonense e Marítimo empataram sem golos na tarde deste domingo, protagonizando o terceiro nulo nos cinco primeiros jogos da 21.ª jornada da I Liga.

Valeu pelo ponto para cada um dos lados. Afinal, é cada vez mais importante somar do que sumir, numa fase da época em que todos os pontos contam, mais ainda nos jogos de duelo direto entre equipas que procuram rapidamente a permanência.

Os algarvios regressaram para casa a pontuar após a derrota em Alvalade, alcançando o 20.º ponto, enquanto o Marítimo, finalmente, acabou com uma série de seis derrotas consecutivas e teve o primeiro empate fora de portas. Chega aos 18 pontos, os mesmos do Boavista, com insulares e axadrezados a acabarem a jornada nas posições de descida.

Com um 5x4x1 e um grande equilíbrio defensivo, o Marítimo anulou até à meia-hora de jogo o ataque do Portimonense. A equipa de Paulo Sérgio cresceu e investiu um pouco mais a partir daí, mas teve dificuldades em furar o coeso bloco da equipa de Milton Mendes, técnico que lançou Karo e Alipour, nos lugares do castigado René e de Edgar Costa. Paulo Sérgio também mudou dois: Luquinha e Fabrício por Ewerton e Alipour.

Foram os visitantes a criarem os primeiros lances de perigo, mas Samuel agigantou-se na baliza, com uma grande defesa a remate de Pelágio e a um cabeceamento de Correa, aos 14 e 20 minutos.

Já com o Portimonense em crescendo, Paulo Sérgio teve uma contrariedade perto do intervalo: Lucas Possignolo saiu lesionado, Ewerton entrou para o meio-campo, o que motivou o recuo de Willyan, mas sem nunca desviar do 4x3x3 da equipa, que teve uma troca direta ao intervalo: Salmani entrou para a saída de Fabrício.

Se Samuel sobressaiu numa das balizas na primeira parte, Amir apareceu com mais evidência na segunda, ao sair-se bem a um cruzamento (50m) e ao negar um remate forte de Luquinha (55m). Pelo meio, os algarvios protestaram um penálti, num lance de Salmani com Karo.

Com um jogo equilibrado e compacto – a espaços ia cheirando cada vez mais ao nulo, dado o encaixe mútuo e poucas oportunidades – o jogo dos bancos não trouxe novidade ao marcador e o nulo ajustou-se à luta e à necessidade de algarvios e madeirenses.

Ainda assim, Zainadine, que foi um pêndulo na defesa, quase decidiu o jogo num cabeceamento ao ferro, após lançamento lateral longo de Pelágio (81m).

No final, foi quase como: “se não podes ganhar, no mínimo não percas”. E um pouco de falta de inspiração individual para quebrar defensivas tão sólidas. Ambas saíram a somar, à partida para as 13 últimas jornadas.

Para o Portimonense, que teve 75 por cento de posse de bola e mais do triplo dos passes do adversário (646 contra 204), um um empate na caminhada. Para o Marítimo, sobretudo, a importância de quebrar o ciclo.