Com a pré-época a meio, o Maisfutebol fez uma breve análise ao que já se viu e às necessidades dos três grandes. Nesta altura, nada é definitivo, mas há sempre conclusões a tirar. Eis o Sporting:

O que já se viu? Demasiados erros

Quatro vezes se viu o vice-campeão e apenas numa o Sporting venceu. A pré-época verde e branca está a ter mais visibilidade que a dos rivais, a começar pelo número de ocasiões que já se viu o leão em campo. Os golos sofridos (14) foram bastantes no estágio na Suíça e mesmo que os adversários do Sporting tenham maior nome, a verdade é que era expectável ver a equipa de Jorge Jesus a ter menos falhas. Estruturado na tática da época passada, os problemas surgiram a nível individual e coletivo. E não foram poucos. A equipa menos batida da liga apresentou uma distância anormal entre setores o que redundou em vários golos contra. Se frente ao Mónaco o maior andamento da equipa de Leonardo Jardim podia ter justificado alguma coisa, o jogo com o Zenit e, sobretudo, com o PSV deixaram visível que, mesmo sendo o primeiro ano, as ideias de Jesus passaram mais rápido na outra pré-época. O que não se viu também foram os quatro campeões europeus Patrício, William, Adrien e João Mário, a base do campeonato passado. As ilações serão, obviamente, outras com a chegada destes e com Slimani a ganhar mais minutos.

O que é preciso? Urgente mesmo é um guarda-redes

O estágio suíço deixou claro que o Sporting precisa de uma alternativa sólida a Rui Patrício. Não há muitas dúvidas de que o guarda-redes titular da seleção nacional sê-lo-á também no Sporting, até porque há anos que é assim. No entanto, nem Azbe Jug nem Stojkovic mostraram segurança necessária caso algo aconteça (uma transferência ou uma saída) ao número 1. Com Teo Gutierrez com a cabeça, muitas vezes, na América e, agora, com o corpo nos Jogos Olímpicos, a formação do ataque permanece em dúvida há algum tempo. Slimani é indiscutível e o Sporting tinha Spalvis e Barcos também. No entanto, conforme o próprio presidente admitiu, a lesão do lituano pode obrigar a uma ida ao mercado e o argentino demora a solidificar estatuto. Assim, parece claro que é necessária uma alternativa a Slimani, para além de saber quem faz de «amigo» do argelino: Podence e Alan Ruiz deram algumas boas indicações, mas com a pré-época a meio, ainda subsistem dúvidas, embora Bryan Ruiz apareça também como opção. Um ponto ainda para a lateral-esquerda: Jefferson perdeu o lugar para Ziegelaar na época passada e Bruno César também jogou ali. O brasileiro ganhou um problema ainda maior na Suíça, pois (estranhamente) baixou para um nível que nunca se lhe viu de verde e branco.

Incógnitas: campeões da Europa

Todas as equipas viverão, até ao último dia de mercado, da dúvida sobre que plantel vão ter até janeiro. No entanto, em Alvalade, ela é maior. O Sporting tem quatro campeões da Europa e esse quarteto tem sido notícia pelo assédio a que tem sido sujeito. Ou seja, a principal incógnita é saber se Patrício, William, João Mário ou Adrien continuam todos no clube. E se há capacidade para reagir a uma mexida na espinha dorsal. É uma ansiedade comum a muitos clubes; a outra que os leões sofrem, porém, é saber como se comporta a equipa com a incorporação de um quarteto que esteve na base de 86 pontos em 2015/16. É, obviamente, expectável que a dinâmica que se viu na Suíça melhore e que os erros se dissipem. A boa notícia para Jesus é que, apesar de ser ano de Europeu, a qualificação direta para a Champions dá-lhe mais espaço para reintegrar os quatro.

Conclusões neste momento: faltam pilares e alternativa(s)

Como é evidente, nada é definitivo a meio de uma pré-temporada. É fácil perceber que o Sporting mostrou muitas falhas frente a adversários com capacidade, e algumas lacunas a nível individual. A principal residiu na baliza: fazer sombra a Patrício não será fácil para Stojkovic ou Azbe Jug. Como se referiu, é necessário uma alternativa para o ataque, algo que o leão parece andar à procura desde a saída de Montero. No meio, faltam os pilares para se perceber se a equipa abana mesmo ou se o caso é momentâneo e William, Adrien e João Mário são o cimento que vai unir tudo de novo, sublinhando que a saída de um destes três provocará sempre danos que terão de ser reparados. Em suma, não se deve disfarçar ou ignorar os erros vistos na Suíça, antes eliminá-los. Até porque exemplos não faltam de pré-épocas com resultados negativos e conquistas históricas depois das mesmas, com o FC Porto de Villas-Boas e o Benfica de Rui Vitória como exemplos bem recentes disso mesmo.

 Plantel provisório para 2016/17

Guarda-redes: Rui Patrício, Azbe Jug e Stojkovic

Defesas: Schelotto, João Pereira, Esgaio, Coates, Ewerton, Naldo, Paulo Oliveira, Ruben Semedo, Zeegelaar e Jefferson

Extremos/Médios: William, João Mário, Adrien Silva, Aquilani, Bruno César, Bruno Paulista, Petrovic, Palhinha, Bryan Ruiz, Matheus Pereira, Gelson Martins, Carlos Mané, Wallyson, Gauld, Iuri Medeiros

Avançados: Alan Ruiz, Spalvis, Slimani, Teo Gutierrez, Podence e Barcos

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