Luís Freire, treinador do Rio Ave, em declarações reproduzidas pela Lusa, após o empate a dois bolas contra o Portimonense, em jogo da 27.ª jornada da Liga:

«Um sentimento agridoce. Sentimento doce porque nós, apesar das contrariedades – o nosso grupo teve à volta de 10 jogadores com uma crise de gastroenterite, o Paulo Vítor foi para o hospital e ainda lá está, o Guga, o Graça, o André Pereira debilitados e foram recuperando –, conseguimos unir-nos nessa adversidade e penso que conseguimos dar continuidade à série de bons jogos que temos vindo a fazer.

Um muito bom jogo na primeira parte. O Portimonense a tentar pressionar alto e nós com qualidade a sair e com muita mobilidade no meio a conseguir encontrar espaços, tendo boas oportunidades para fazer golo. Numa delas, fazemos o 1-0, podíamos ter feito o segundo a acabar a primeira parte, mas, com o Rio Ave com mais personalidade a nível ofensivo e muito a concentrado a nível defensivo, o resultado justificava-se ao intervalo.

Na segunda parte, o Róchez entrou e o Portimonense passou a jogar em ‘4-3-3’, tentando encaixar mais alto na nossa construção a três. Com a entrada do Leonardo Ruiz voltámos a ter ascendente e fizemos o segundo golo num hino ao futebol.

Muito satisfeito até àquele momento. A tomar conta do jogo, podíamos ter feito o terceiro e, de repente, numa rotura que nós sabemos que o jogador do Portimonense é forte naquele movimento e nós não acompanhamos, eles fazem o 2-1 e aí o jogo torna-se outro, muito mais direto, muito mais físico, com muitas segundas bolas, cantos, lançamentos.

Quando o jogou se tornou mais físico, sorriu a sorte ao Portimonense, com um remate que bate num jogador nosso na última jogada do encontro. Sem terem assim grandes oportunidades para fazer golo, acabam por fazer o 2-2.

É um sentimento agridoce, porque gostei da exibição, principalmente com bola. E depois faltou um pouco mais de, vou chamar-lhe sorte, mas não gosto muito de lhe chamar sorte, porque nós podemos fazer sempre melhor, principalmente no primeiro golo [do Portimonense], em que temos responsabilidades de fazer melhor.

O futebol é ingrato por vezes, já sorriu para nós, agora sorriu um pouco para o Portimonense. Mas é um ponto fora de casa. Chegar aqui e levar um ponto não é bom perante o jogo que fizemos, mas também não saímos com zero pontos e temos de valorizar esse ponto.»