O despertador só tocou no Estádio Cidade de Barcelos uma hora depois do apito inicial. Aí, o Rio Ave marcou e, pouco depois, o Gil Vicente empatou, animando um jogo que foi, no seu todo, aborrecido.

Depois da vitória sobre o Boavista, Luís Freire, que se tornou no 5.º treinador com mais jogos (95) pelo Rio Ave, igualando João Eusébio, conseguiu o que só Benfica e Sp. Braga conseguiram: conquistar pontos em Barcelos.

Miguel Nóbrega abriu o marcador para os de Vila do Conde, com forte apoio dos adeptos, e Miguel Monteiro empatou para os de Barcelos, colocando justiça no marcador. Os galos já não vencem há quatro partidas.

Vítor Campelos surpreende

Vítor Campelos protagonizou quatro alterações depois do desaire em Famalicão. Andrew saiu diretamente da seleção brasileira de sub23 para a titularidade deste encontro; Gabriel Pereira não recuperou da lesão muscular e foi rendido por Né Lopes, em estreia na temporada; no lado esquerdo da defesa, Leonardo Buta cedeu o lugar a Kiko Vilas Boas; e no meio-campo o regresso natural de Pedro Tiba para o lugar de Roan. Já Luís Freire fez jus à velha máxima do futebol de que equipa que ganha não se muda. O triunfo caseiro sobre o Boavista valeu a continuidade do onze.

Início de jogo foi bastante maçador. Frente a frente duas equipas muito cautelosas e que pareciam ter mais medo de errar do que arriscar algo mais. Os galos tinham mais bola, mas foi o Rio Ave a primeira equipa a ameaçar, com Costinha a cruzar na direção da baliza e a testar os reflexos de Andrew. Na resposta, Baturina, solto à entrada da área, rematou com o pé direito, o seu pior, a rasar o poste.

Os vilacondenses, sólidos a defender, criavam perigo sempre que tinham a bola em seu poder. Depois de passar a primeira fase de construção e a pressão gilista, rapidamente chegavam à área contrária. Num desses lances, Fábio Ronaldo apareceu solto na área a rematar à malha lateral. Logo a seguir, Boateng aproveitou uma falha de Zé Carlos para rematar para mais uma boa defesa de Andrew.

Até ao intervalo… zero motivos de interesse e uma enorme vontade de tirar uma soneca.

Golos, finalmente

O Rio Ave entrou mais afoito para a segunda metade, ganhando constantemente os duelos e conquistando vários faltas no meio-campo barcelense. E foi num desses lances que o Rio Ave se adiantou no marcador. Bola longa para a área, Boateng cabeceia para boa defesa de Andrew e, na recarga, Miguel Nóbrega no sítio certo a rematar para golo. Estava desbloqueada a partida.

Vítor Campelos mexeu de imediato, trocando Baturina e Martim Neto por Miguel Monteiro e Tidjany Touré. E a resposta demorou apenas dez minutos a chegar. Bola longa de Pedro Tiba para as costas da defesa, Miguel Monteiro ganha em velocidade, puxa o esférico para o pé direito e cá vai disto! Remate em arco que só parou no fundo das redes. Grande golo!

Até ao final, as duas equipas tentaram tudo para chegar à vitória. No ‘ora atacas tu ora ataco eu’, o Rio Ave esteve perto de marcar por Bruno Ventura, valeu defesa de Andrew, e o Gil Vicente por Murilo, brilhou Jhonatan que tirou o esférico quase de dentro da baliza. Empate justo de duas equipas que se equilibraram.