A pedreira voltou a estar próxima das vibrações negativas, mas o Sp. Braga regressou os triunfos com um herói improvável. Ndour foi lançado ao minuto 77 para se estrear a marcar com a camisola arsenalistas, apontando o golo decisivo do triunfo (2-1) frente ao Farense. O assédio bracarense deu frutos, com uma importante injeção de confiança a meio da eliminatória europeia com o Qarabag.

Após sofrer nove golos nos últimos dois jogos, os arsenalistas apresentaram-se com quatro alterações no onze frente a um Farense que repetiu o onze pela quinta jornada consecutiva. Uma grande dose de cruzamentos, muitos deles de Roger, uma das novidades, não ia tendo consequência direta. Banza lá marcou num deles, mas o Farense respondeu.

Foi então que, quando o cronometro se aproximava do minuto noventa, Ndour, emprestado pelo PSG, fuzilou a baliza algarvia numa sequência de remates bracarenses. Desta vez nem Ricardo Velho podia evitar o golo, tal como fez ainda na primeira parte, a negar o golo de penálti a Moutinho. Volta a vencer o Sp. Braga, afastando, para já, os fantasmas.

Lei do cruzamento mantém respiração. Nem de penálti…

Entrada avassaladora do Sp. Braga em campo na pedreira, a assumir sem reservas o comando do jogo com pressão forte, Moutinho e Zalazar a equilibrar bem o setor intermediário e a deixar os guerreiros instalados no meio campo do Farense, que não conseguia libertar-se das amarras. Foi através de um livre direto, já no período de descontos da primeira metade, que Mattheus assinou aquele que foi o primeiro remate da equipa de José Mota.

Antes disso, pela lei dos cruzamentos, o Sp. Braga tentava asfixiar o adversário. Roger em plano de destaque na direita, foi o autor de vários, colocando a bola vezes sem conta na área. Muito assédio, domínio inequívoco do conjunto de Artur Jorge, mas quase sempre com o mesmo método. Ia resistindo o conjunto algarvio, com maior ou menor dificuldade. A dificuldade, essa, foi notória nas saídas em contragolpe, que não funcionaram.

Ia respirando, portanto, o Farense no Minho, resistindo inclusive a uma grande penalidade. Pastor puxou a camisola de Banza na área, dando origem a um castigo máximo. Três dias após ter marcado de grande penalidade ao Qarabag, Moutinho foi chamado novamente à marca dos onze metros, mas permitiu a defesa a Ricardo Velho. Grande estirada do guarda-redes, a manter o nulo no marcador a quatro minutos do descanso.

Cabeçada de Banza anulada por Belloumi; Ndour resolve

O técnico do Farense terá pedido uma atitude mais pró-ativa à sua equipa ao intervalo. A verdade é que o Farense foi um pouco mais ousada, tornando o reatar do jogo estranho. Muita luta, muitos ressaltos e várias bolas perdidas de parte a parte. Manteve-se, ainda assim, inalterável, a procura dos flancos por parte do Sp. Braga. Foi num desses lances, a partir do pé esquerdo de Roger, que se traçou, finalmente, um cabeceamento certeiro. Banza, depois de ter marcado frente ao Qarabag, voltou a abanar as redes. Cabeceamento letal, a ganhar à concorrência e a desviar de Ricardo Velho, fazendo a pedreira suspirar de alívio.

Um suspiro que, contudo, seguiu-se de outro, provocado pelos homens que José Mota fez saltar do banco. Rafael Barbosa cruzou na esquerda, Belloumi aparece nas costas de Borja a cabecear com espaço. Apenas sete minutos depois de entrarem, a dupla responde aos arsenalistas na mesma moeda.

Mas, se a questão era de dar reposta, foi Ndour a ter a palavra final. O médio foi lançado por Artur Jorge, acabando por definir o triunfo bracarense com um remate violento, de raiva, a desfazer a igualdade a uma bola. Recupera o quarto lugar o Sp. Braga, impondo a quarta jornada sem vencer ao Farense. Segue-se o Azerbaijão, a segunda mão da eliminatória com o Qarabag.