Ao cabo de dez jornadas sem conhecer o sabor da vitória, o Nacional conseguiu, finalmente, amealhar três pontos. São insuficientes para tirar a equipa dos lugares de despromoção, mas permitem aproximação aos rivais diretos. Já o Vitória de Guimarães segue em dificuldades para recuperar caminho na corrida pela Europa.

Num duelo de equipas em ‘crise’ – embora de proporções e com consequências distintas –, começou melhor o Nacional, empurrando o Vitória para o seu reduto mais recuado, quase que apanhando de surpresa a formação minhota. O jogo esteve dividido nos primeiros dez minutos, mas com ligeira vantagem da equipa da casa, que evidenciava mais qualidade na posse de bola.

Na tentativa de encostarem o adversário às cordas, os alvinegros tentavam rasgar com jogadas incisivas e, bem cedo no jogo, um deslize de Sílvio deu oportunidade a Rúben Freitas para cruzar. Valeu o corte de um adversário a ceder canto.

Este foi o primeiro sinal de grande perigo, e pouco depois, aos sete minutos, Pedro Mendes aproveitou um bom passe de Azouni, recebeu com o pé esquerdo e chutou com o direito para bem junto do poste: a bola desviou em André Amaro e bateu Bruno Varela para o 1-0.

Com uma entrada já de si surpreendente, face ao recente pecúlio, continuou a ser o Nacional a ditar o ritmo do jogo, mesmo depois do golo. Isto pelo menos até aos 15 minutos, altura em que o Vitória foi começando a mostrar rendimento.

Fruto do crescendo evidenciado pelos visitantes, os comandados de Manuel Machado passaram por alguns momentos de aperto, seguidos de suspiros de alívio, como sucedeu aos 25 minutos, na sequência de uma jogada em que Pepelu atirou ao poste.

Na resposta, porém, esteve à vista o segundo golo madeirense. Rúben Micael, aos 26 minutos, atirou para defesa de Varela, após abertura de João Camacho. Seguiu-se uma outra jogada em que Camacho e Pedro Mendes estiveram perto. Em pouco tempo, o Nacional, que já não chegava ao último terço há alguns minutos, conseguiu assim impedir o Vitória de ficar demasiado confortável nas tarefas ofensivas.

A toada seguia com algum equilíbrio, mas com o Vitória a comandar o encontro. Em nova sucessão de momentos de aperto para o Nacional, os vimaranenses voltaram a mostrar pontaria aos ferros. Desta feita, bola na barra, aos 34 minutos, numa «bomba» do meio da rua, por Rúben Lameiras.

No reatamento da partida, os vitorianos assumiram mais posse de bola, mas sem grande assertividade. A melhor ocasião da segunda parte pertenceu, até então, ao Nacional, quando Alhassan surgiu a cabecear, para defesa de Bruno Varela, na sequência de um canto, aos 51 minutos.

O segundo tempo, dividido, com os vimaranenses por cima, foi parco em oportunidades e bom futebol. Com o aproximar dos minutos finais, Bino procurou lançar mais peças para o ataque, mas nem mesmo a entrada de Quaresma logrou mexer de forma evidente no encontro.

Os vitorianos ainda gritaram golo, aos 82 minutos, na sequência de um canto cobrado pelo lado esquerdo, mas Pepelu viu os festejos anulados porque foi assinalada falta de Estupiñán sobre Rui Correia.

Já aos 90 minutos, Rochez teve nos pés a oportunidade para sentenciar definitivamente a partida, mas Varela, já fora da área, conseguiu importunar o avançado hondurenho.

Com o apito final de Fábio Veríssimo, consumou-se o regresso dos alvinegros às vitórias, num jogo em que tiveram, por fim, a sorte que lhes faltou em tantos outros momentos da temporada, mas também o mérito de crescerem com os erros e revelarem-se mais eficaz a capitalizar as ocasiões. Primeira de Machado, numa machadada na dezena de derrotas.