Os advogados do Benfica, Rui Patrício, João Medeiros e Paulo Saragoça da Matta, deixaram em cima da mesa a possibilidade de um pedido de indemnização civil pelos danos que o clube possa ter sofrido no caso que envolve o antigo presidente dos encarnados, Luís Filipe Vieira.

Em declarações ao ECO, os advogados explicaram o caminho que estão a seguir na defesa da SAD do Benfica e os motivos que levaram o clube a não constituir-se, pelo menos até ao momento, como assistente no processo que envolve Vieira na «Operação Cartão Vermelho».

Segundo os advogados, o Benfica ainda não se constituiu assistente no processo «porque tem prazo para o fazer – durante toda a fase de inquérito e até depois dela – e também porque está a aguardar o desenvolvimento e a conclusão da auditoria em curso, para tomar decisões e iniciativas sobre essa matéria com mais e melhor informação». «A recomendação jurídica que fizemos ao presidente e à administração da SAD foi no sentido de aguardar», referiram.

Segundo os advogados, a defesa dos interesses do Benfica faz-se, em parte, «requerendo o ressarcimento de danos que possa ter sofrido e isso faz-se através da apresentação de um pedido de indemnização civil, e para isso nem sequer é necessário ser assistente (assistente e lesado/demandante são coisas diferentes, embora a mesma pessoa singular ou coletiva possa ter as duas posições processuais), e é certo também que agora nem sequer seria o momento processual adequado para esse pedido», explicaram.

Até ao momento, não há evidências de que o Benfica tenha sido lesado por Vieira, mas isto não é algo definitivo, até porque o atual presidente do Benfica, Rui Costa, pediu o alargamento da auditoria a mais 55 contratos e só os resultados desta vão permitir conclusões suficientes para a equipa jurídica decidir os próximos passos.

No passado dia 12 de janeiro, em declarações à BTV, Rui Costa referiu que se o Benfica achar que deve ser assistente, assim o fará. «O que advogados, empresa e nós concordámos foi estender esta auditoria aos 55 contratos que estão a ser investigados. Quisemos levar o processo até ao fim, investigar esses contratos e no final analisar em que ponto está a situação. Se acharmos que devemos ser assistentes, assim o faremos», apontou.

Patrício, Medeiros e Saragoça da Matta notaram ainda que, «não estando ainda concluída a auditoria, não há nada para requerer» e que «toda a colaboração pedida pelo MP [Ministério Público] tem sido prestada dentro do que está ao alcance» do Benfica, «pelo que agora a constituição como assistente não acrescentaria nada desse ponto de vista». Lamentaram, por outro lado, que «as muitas opiniões que têm sido veiculadas sobre isto sejam baseadas em falta de conhecimento sobre o que é realmente um assistente em processo».