O acordo estava feito, conforme o Maisfutebol escreveu. Paulo Fonseca teve tudo fechado com o Tottenham mas, à última da hora, a ligação ruiu. Pela primeira vez, o treinador explica o falhanço na entrada tão «desejada» na Premier League. 

Fonseca, 48 anos, considera que o surgimento em cena de Fabio Paratici - diretor desportivo contratado pelos Spurs durante as negociações entre o português e os londrinos - foi determinante. Paratici preferiu desde o primeiro momento um treinador com ideias menos ofensivas. E assim apareceu o nome de Nuno Espírito Santo. 

«O acordo estava fechado. Estávamos a planear a pré-temporada e o Tottenham queria um treinador ofensivo. As coisas mudaram quando o novo diretor desportivo [Paratici] chegou. Não concordámos em algumas ideias e o Tottenham acabou por preferir outro tipo de treinador [com ideias menos ofensivas]», revela Paulo Fonseca em entrevista ao The Telegraph

Fonseca diz que quer treinar «grandes equipas», mas sempre seguindo os seus «princípios» no «projeto certo». «As pessoas têm de acreditar nas minhas ideias e isso não aconteceu com o novo diretor desportivo. O presidente [Daniel Levy] e o diretor para o futebol [Steve Hitchen] tinham-me pedido para criar uma equipa capaz de jogar um futebol atraente e ofensivo. Eu estava preparado para isso, porque todas as minhas equipas anteriores jogavam assim.»

«Na Roma e no Shakhtar», continua Fonseca, «e frente às maiores equipas, nunca colocarei os meus jogadores a defender à entrada da área». 

Paulo Fonseca resume as suas ideias e lembra que os atletas querem «ter a bola» e não gostam de correr quando não a têm. «A melhor forma para defender é ter a bola.»

E Inglaterra? Para quando, Paulo? «Honestamente, acho que vai acontecer um dia. Não posso dizer que o meu estilo é perfeito para a Premier League, porque nunca lá trabalhei. Mas acredito nisso.»