Ernesto Paolillo, CEO do Inter de Milão quando os nerazzurri foram campeão europeus em 2010 com José Mourinho ao leme da equipa, não perdoa o treinador português pela forma como deixou o emblema italiano.

«O meu maior arrependimento foi não ter basicamente seguido a minha ideia, que era desmantelar uma equipa que tinha sido bem sucecida, mas estava cansada e esvaziada. E Mourinho, que o sabia bem, fugiu logo na noite da vitória e nunca o perdoarei por isso», disse.

Para Paolillo, havia, no entanto, mais razões para remodelar o plantel. «Também por razões éticas, porque não podes ganhar a Liga dos Campeões e ir para a frente das câmaras [ex-dirigente referia-se a Milito] pedir um aumento. Mas o Moratti disse-me: 'O que acontece se não ganharmos depois depois de desmantelarmos a equipa e os adeptos me culparem por isso?'», recordou.

Rafael Benítez sucedeu a Mourinho no comando técnico dos nerazzurri, mas não foi a escolha de Paolillo, que queria, curiosamente, o homem que está agora prestes a dar ao Inter o primeiro campeonato nacional desde a saída do português. «Achei que seria bom recomeçar com um treinador diferente do Benítez, que soubesse como construir e trabalhar uma nova equipa. Se eu tive uma ideia? Antonio Conte, e ele lembra-se disso. Falámos sobre isso num estádio depois de um jogo do Inter. Ele tinha ideias claras. O problema é que que o presidente [Moratti] não quis apresentar aos adeptos um antigo jogador da Juventus como substituto do Mourinho», rematou.