José Morais, treinador português dos iranianos do Sepahan, lamentou esta segunda-feira o cancelamento do embate com o Al Ittihad de Nuno Espírito Santo, relativo à Liga dos Campeões asiática, devido a questões de ordem política.

Segundo adianta a imprensa saudita, os jogadores do Al Ittihad recusaram ir para o campo devido à presença, entre os dois bancos de suplentes, de um busto de Qasem Soleimani, antigo general iraniano, morto em 2020, no Iraque, na sequência de um ataque aéreo norte-americano.

O general retratado no busto foi líder da Guarda Revolucionária Islâmica e era visto como um inimigo da Arábia Saudita, no meio da tensão das últimas décadas entre os dois países pelo domínio no Médio Oriente, com o Irão a ter uma maioria xiita e a Arábia Saudita uma maioria sunita. 

«Naturalmente que gostaria de ter jogado e acredito que teria sido um jogo onde quem gosta de futebol sairia beneficiado», começou por destacar o treinador português do Sepahan.

Quanto aos motivos do adiamento, José Morais prefere não comentar, até porque vão para além do futebol. «Acredito no futebol como veículo de aproximação das pessoas e dos países. Apenas posso falar de questões desportivas, por isso não posso emitir opinião sobre questões da organização do jogo», destacou ainda o antigo adjunto de José Mourinho.

Além da polémica estátua, o Al Ittihad queixou-se ainda de faixas de cariz político espalhadas pelo recinto.