Consumada a descida do Marítimo para a II Liga, José Gomes confirmou que está de saída do Marítimo e lamentou que não tenha conseguido atingir o objetivo da permanência.

«Ainda sinto aperto no coração pelas pessoas e por aquilo que sei que eles estão a sentir. É realmente um aperto que não sai. Só posso comparar à morte de um familiar próximo», afirmou, em declarações à RTP Madeira.

O técnico de 52 anos elencou ainda os vários motivos que, no seu entender, levaram às despromoção dos madeirenses. «Por erros, por más decisões, por desconcentrações, por deslizes, por incompetência, seja ela de que ordem for e, muitas vezes, por erros de outras pessoas que não têm a ver connosco e que nos prejudicaram em muitos jogos.»

José Gomes garante que se entregou «à causa maritimista plenamente» e sai com «sentimento de frustração». O técnico garantiu também que recebeu «todo o apoio» da direção verde-rubra.

«Não faltou nada. Seria uma enorme cobardia da minha parte, neste momento, dizer que estive sozinho, o que não é verdade, que a culpa não é minha, o que não é verdade», sublinhou.

«A responsabilidade no rendimento de uma equipa é como um bolo. Existem fatias para todos. Por muito que me tivesse custado, eu comi a minha parte. Sou responsável pelo que aconteceu», acrescentou.

Por fim, o técnico deixou alguns conselhos para o futuro do Marítimo.

«Tudo o que diz respeito à equipa profissional de futebol, esta tem de estar preparada para ser tudo mais célere, mais rápido, mais dinâmico para poder ser mais eficiente. Fazer as coisas bem com o mínimo de turbulência até ao fim», concluiu.

Em 23 jogos no comando técnico do Marítimo em 2022/23, José Gomes conseguiu sete triunfos.