Faz sentido introduzir já Neymar na luta Messi/CR7 para melhor do Mundo ou ainda é cedo?

Para Rui Malheiro, especialista em futebol internacional, falta a Neymar passar a prova de fogo do Mundial-2014: «Ainda é cedo, mas o Mundial¿2014 poderá ser determinante para essa inserção. Contudo, mesmo que tal aconteça, Messi e Cristiano Ronaldo estão no zénite das suas carreiras e já conquistaram com toda a justiça o estatuto de divindades do futebol mundial. Neymar é bem mais jovem e dificilmente conseguiria penetrar nesse patamar antes de saltar para o futebol europeu. Aliás, os seus maiores detratores apontam azimutes para a teoria de que é uma loucura realizar um investimento tão elevado num jogador que construiu a sua carreira num campeonato fraco e de quantos são os exemplos de jogadores brasileiros que vingaram Espanha sem fazer a maturação num campeonato europeu menos competitivo, apontando exemplos como os de Romário e Ronaldo Fenómeno, que passaram pelo futebol holandês, de Rivaldo, que demorou algum tempo a adaptar-se a engrenagem da Liga espanhola, ou do inconstante Robinho.»

O analista aponta o problema do campeonato brasileiro, tão identificado quando os jovens talentos chegam aos grandes palcos europeus: «Se é certo que o futebol é jogado a um ritmo e intensidade diferentes, o problema do campeonato brasileiro é essencialmente tático, já que não faltam defesas agressivos, rudes e extremamente faltosos, que contribuíram para o desenvolvimento físico do apenas aparamente frágil Neymar. É que se contam pelos dedos de uma mão as suas ausências por lesão, apesar de sofrer várias entradas grosseiras. Para além disso, os exemplos recentes de Óscar (Chelsea) e de Lucas Moura (Paris Saint-Germain) mostram que é exequível uma adaptação praticamente instantânea a um patamar competitivo mais elevado, não olvidando que Neymar é o líder desta nova geração de craques.»

Mesmo assim, Rui Malheiro não afasta uma coração mundial de Neymar já no próximo ano: «Uma grande época do Barcelona a nível interno e na Liga dos Campeões, percebendo que o seu sucesso será tanto maior quanto for a química com Messi, e um papel decisivo na Copa do Mundo, à semelhança do que aconteceu na Copa das Confederações, poderão guiá-lo à Bola de Ouro em 2014.»