O título mundial de pilotos de MotoGP pode ficar decidido este fim de semana no Qatar. Francesco Bagnaia, atual campeão, está perto do bicampeonato, mas ainda pode ser batido por Jorge Martin. A maior esperança do espanhol é conseguir levar a decisão para a última corrida do ano, em Valência.

Bagnaia revalida o título se conseguir vencer as duas corridas no traçado de Losail: a prova de Sprint, no sábado, e a corrida longa, no domingo. O piloto da Ducati tem, nesta altura, 412 pontos, contra os 398 de Martin. São 14 de diferença. Se sair do Catar com 37 de vantagem, é, de novo, campeão do mundo.

O espanhol da Prima Pramac (também com ‘máquina’ Ducati) falhou o objetivo de entrar na equipa oficial da marca italiana, para a próxima época, já que Enea Bastianini vai manter a posição, ao lado de Bagnaia. Conquistar o título, ou, pelo menos, levar a decisão para a última prova, em ’casa’, seria uma extraordinária resposta a essa decisão.

Ambos os pilotos parecem estar num grande momento de forma e cheios de confiança.

Rivais agora, colegas há sete anos

Curiosamente, os rivais de hoje foram colegas de equipa no passado. Há sete anos no Moto3, coincidiram na Mahindra. Antes de lutarem pelo cetro mundial da classe rainha, recordaram esses tempos.

«É estranho pensar que isto foi há sete anos, parece muito mais. Mas, quando o Jorge chegou à Mahindra, já o seguia na Rookies Cup e ele fazia grandes coisas. Já esperava ter um grande colega de equipa, e, no primeiro teste à chuva, ele já foi mais rápido. Era competitivo desde o início e o facto de estarmos agora a lutar pelo título é ótimo», afirmou Bagnaia.

«Vi o vídeo esta semana e estava a rir sozinho. Quando vejo o vídeo, lembro-me de bons momentos com o Pecco. Nessa altura, não esperava que estivéssemos a lutar por um título de MotoGP. É uma honra estar aqui com o Pecco e agora vamos tentar ganhar», disse Martin.

Luta de 'galos' ou trabalho de equipa?

Para lá das memórias, os pilotos focam-se no que pode acontecer este fim de semana.

Bagnaia entende que é difícil resolver já a questão do título. «Não considero este fim de semana um ‘match point'», afirmou o italiano. «Tenho que ganhar 23 pontos e isso é demais para um único Grande Prémio. O Jorge está a trabalhar de uma forma fantástica e será mais importante pensar sessão a sessão, como em Sepang» acrescentou.

No meio da luta, Enea Bastianini, da Ducati e vencedor da última corrida, pode ter um papel importante, numa eventual ajuda ao colega de equipa. Bagnaia admite que prefere fazer as coisas sozinho, mas entende que «talvez seja altura de fazermos algo juntos».

Do outro lado, Jorge Martin, prefere focar-se no seu próprio trabalho. «Só quero saber de mim», afirmou. «Acredito que, se der 100%, posso batê-los a todos. Estou focado no fim de semana, focado em mim, não posso controlar se alguém o vai ajudar ou não», acrescentou o piloto espanhol.

Que Ducati será campeã por equipas?

A Ducati já garantiu o título de construtores, dado o domínio das suas equipas (a oficial as satélite). Curiosamente, a Prima Pramac pode bater a formação oficial e está perto de garantir o título por equipas. Só precisa de terminar o fim de semana com mais de 66 pontos de vantagem sobre os seus rivais mais próximos, sendo que, nesta altura, tem 100 pontos de avanço sobre a Ducati e 104 sobre a Mooney VR46 – esta última também é a única que lhe pode ‘roubar’ o título de melhor equipa independente.