A seleção portuguesa de râguebi despede-se do Mundial que está a decorrer em França no próximo domingo com um último jogo frente à Fiji, um desafio que Luís Pissarra, adjunto do selecionador Patrice Lagisquet, qualifica como um «desafio gigante».

«Podemos prepará-los para uma determinada forma de as Fiji jogarem e eles, pela sua imprevisibilidade e características, fazerem tudo ao contrário. E isso é um desafio gigante para os jogadores», destacou Pissarra na antevisão do jogo.

Segundo o técnico, a seleção do Pacífico Sul também tem «alguns padrões» no seu jogo, mas tem igualmente «muitas exceções ao padrão», o que acaba por tornar «complicada a análise».

Ainda assim, essa imprevisibilidade do próximo adversário dos lobos também pode jogar contra as suas próprias intenções, porque, ao mesmo tempo que lhes «traz um jogo muito dinâmico, com passes loucos e ensaios espetaculares», «também pode dar para o contrário».

«Era bom que, no domingo, as situações de loucura do jogo deles acabassem por provocar-lhes alguns erros», desejou Pissarra.

No entanto, apesar de antever um jogo «muito espetacular», porque o «pendor» de Portugal «é o ataque, a velocidade e as Fiji também alinham nesse programa», o técnico não tem dúvidas de que o adversário vai querer «quebrar fisicamente» os lobos portugueses.

«Porque fisicamente são enormes, atacaram assim a Austrália, a Geórgia, o País de Gales e de certeza que vão fazer isso connosco. Mas, depois, têm também essa imprevisibilidade com os três quartos muito fortes, dinâmicos e rápidos. Vamos ter de ser muito fortes na defesa, na pressão e agressividade defensivas. Esse terá de ser o segredo para a nossa vitória», apontou.

Por outro lado, o jogo com as Fiji, no domingo, coloca um ponto final na participação portuguesa no Campeonato do Mundo França2023, que começou a ser preparada há mais de três meses, mas Pissarra advertiu que «tudo o que de bom» foi feito até agora «não pode ficar manchado por um jogo em que, sendo o último, a equipa acabe por desligar».

«A pressão que sentimos hoje tem de ser igual à do primeiro jogo, de começar bem. Porque a memória que ficará para o futuro é a do último jogo e nós temos de acabar muito bem. É essa a pressão que temos, que sentimos», assumiu ainda.

«Juntos até ao último momento»

No mesmo sentido, o médio de formação Pedro Lucas frisou que «é fácil» manter o foco para o último encontro, uma vez que «o grupo é muito unido».

«Estamos a jogar o Mundial e isso é o sonho de qualquer pessoa, portanto, é fácil. Isto é o maior patamar do râguebi internacional, por isso, o nosso foco só pode estar aqui», assegurou o jogador do Técnico.

Ao seu lado, Steevy Cerqueira também já via «a luz ao fundo do túnel», mas assegurou a união de todo o grupo para o último jogo.

«Estamos juntos todos os dias há mais de três meses, mas temos de ficar juntos até ao último momento para fazer o melhor jogo possível. Todos os jogadores vão dar tudo em campo para fazer o melhor», vaticinou o segunda linha de Portugal.

A seleção portuguesa de râguebi defronta as Fiji no domingo, às 20h00 (hora de Lisboa), em Toulouse, em partida da quinta e última jornada do Grupo C do Campeonato do Mundo França2023.

Portugal ocupa o último lugar do grupo, com dois pontos, após perder com o País de Gales (28-8), na estreia na competição, empatar com a Geórgia (18-18) na terceira jornada e perder com a Austrália (34-14) no domingo.