O primeiro-ministro José Sócrates defendeu esta quinta-feira, em Bruxelas, uma resposta conjunta dos 27 para contrariar o aumento dos preços dos combustíveis e produtos alimentares, nomeadamente através da penalização dos especuladores, escreve a Lusa.

Os 27 devem estudar as razões do aumento dos preços mundiais e tomar rapidamente medidas concretas, disse José Sócrates aos líderes europeus, citado por fontes diplomáticas.

Por um lado, trata-se de decidir se há movimentos especulativos e tomar medidas para penalizar essa actividade.

Por outro, o primeiro-ministro defendeu um aumento do investimento em novas tecnologias, nomeadamente o desenvolvimento de carros movidos a electricidade que a pouco e pouco iriam substituir os actuais carros a combustão.

Apostar em alternativas

À entrada da reunião, o primeiro-ministro defendeu que é altura de a Europa dizer ao mercado petrolífero que não aceita mais a situação de dependência do petróleo e de apostar em alternativas como os carros eléctricos.

«A Europa precisa de mostrar músculo político e decisão política relativamente ao preço dos combustíveis. É isso que os cidadãos europeus e a economia europeia esperam», afirmou José Sócrates, que sublinhou a necessidade de a Europa «combater tudo o que são sinais de especulação à volta do preço do petróleo» e conseguir uma maior autonomia relativamente ao petróleo.

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Sublinhando que entre as respostas a nível de alternativas se deve incluir também uma «no domínio automóvel», o primeiro-ministro defendeu que «é altura de a Europa apostar nos carros eléctricos, garantir um mercado aos carros eléctricos, e garantir aos cidadãos europeus que poderão escolher o carro eléctrico sem qualquer consequência negativa para as suas vidas, sem terem de pagar um preço exagerado».

Os líderes da União Europeia (UE) debateram esta quinta-feira as medidas apresentadas por Bruxelas para fazer face às subidas de preços dos alimentos e combustíveis, que têm sido alvo de protestos em vários países, incluindo Portugal.

No caso dos combustíveis, o ponto de partida do debate são o facto de os aumentos verificados serem estruturais, não se prevendo que voltem os tempos do petróleo barato.

As atenções estão voltadas hoje à noite, durante o jantar de trabalho dos Chefes de Estado e de Governo, para as explicações que o primeiro-ministro irlandês vai dar para justificar a vitória do «Não» ao Tratado de Lisboa que já foi ratificado por 19 Estados-membros.

Há também expectativa para saber qual é o projecto de Brian Cowen para sair do impasse e resolver a crise política instalada na UE.