O ministro da Justiça, Alberto Costa, desvalorizou hoje o alegado mal-estar entre a Polícia Judiciária (PJ) e o Ministério Público (MP) no caso dos crimes relacionados com a noite portuense, considerando não haver «espaço para estados de alma».
Para Alberto Costa, a operação da PJ de domingo só foi possível devido à «estreita articulação e consonância entre a PJ, o Ministério Público e o juiz de instrução criminal», a quem coube a emissão de muitos dos mandados executados no domingo.
O ministro da Justiça comentava à Lusa a designada operação «Noite Branca», que domingo levou a detenção de 14 pessoas suspeitas de ligações à criminalidade ligada à noite do Porto.
Dos 14 detidos, 11 são acusados de ligações à onda de criminalidade na noite do Porto.
Interrogado pela Lusa sobre um alegado mal-estar entre a PJ e o Ministério Público, devido à nomeação de uma magistrada de Lisboa para coordenar as investigações à criminalidade no Porto, Alberto Costa afirmou estar convencido que «os objectivos e as missões da PJ empenham totalmente» os que trabalham nessa instituição, que não dedicam «espaço a estados de alma».
O ministro recusou ainda comentar as declarações do director-nacional da PJ, Alípio Ribeiro que durante a conferência de imprensa para apresentar os resultados da operação «Noite Branca» fez questão de afirmar que a operação estava desenhada há mais de uma semana e desvalorizou o facto de haver uma magistrada do MP designada para o processo.
Alberto Costa falava à agência Lusa horas antes de inaugurar em Vila Nova de Famalicão o primeiro tribunal do país a implementar o conceito «Tribunal XXI», uma das apostas centrais do programa de modernização do sistema judicial a implementar pelo Governo até 2009.
Segundo o Ministro da Justiça, com este tipo de tribunal, os portugueses podem esperar «uma justiça mais rápida, eficiente e mais amiga dos cidadãos».
Entre as vantagens do novo tribunal, destacou a combinação entre as instalações mais funcionais, a aposta em equipamentos e novas tecnologias e em métodos de trabalho mais eficazes.
«Nem sempre é fácil ao cidadão encontrar o caminho para chegar aos objectivos que o levaram ao tribunal, com este novo conceito passam a ter ao dispor, por exemplo, pontos de atendimento e painéis electrónicos para ajudar a interpretar uma organização complexa como pode ser um tribunal», explicou o ministro.
Adiantou que nos próximos anos a implementação deste tipo de tribunais deverá ser generalizada a todo o país, ressalvando, contudo, que o país atravessa um período de contenção financeira.
Política
17 dez 2007, 10:03
Governo desvaloriza mal-estar entre PJ e MP
Ministro diz que, nos casos de homicídio no Porto, não há «espaço para estados de alma»
Ministro diz que, nos casos de homicídio no Porto, não há «espaço para estados de alma»
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