[Última actualização às 15h40]

A Polícia Judiciária do Porto deteve este domingo dez indivíduos no âmbito da investigação dos crimes ocorridos na cidade relacionados com estabelecimentos de diversão nocturna. O número de detenções pode subir, uma vez que a operação, que começou às 7h, ainda não terminou.

O PortugalDiário sabe que Bruno Pidá, líder de um grupo de segurança da zona da Ribeira, é um dos detidos, que estão a ser ouvidos pela polícia. Pidá foi detido na Rua do Almada, em casa da mãe, e estava na posse de uma arma ilegal, uma pistola de 9 mm, que foi apreendida. Com ele estavam ainda outros dois indivíduos, que se encontravam na residência da Rua do Almada.

Os três indivíduos foram também detidos, uma vez que estarão também relacionados com a criminalidade na noite do Porto.

Pidá mostrou-se colaborante numa entrevista à TVI, após Ilídio Correia, segurança em Miragaia, ter sido assassinado, mas a Judiciária nunca conseguiu entrar em contacto com Bruno, apesar de este ter referido na entrevista televisiva que estava em casa de baixa, antes mesmo da morte de Ilídio Correia, segurança de Miragaia, abatido a tiro a 29 de Novembro.

Maior operação de sempre

À sede da PJ do Porto continuam a chegar detidos e a sair agentes da PJ com coletes à prova de bala: a operação envolve mais de 200 homens, entre agentes da PJ do Porto e Lisboa e efectivos do Corpo de Intervenção da PSP. O PortugalDiário sabe que esta operação, que reúne elementos de todo o país, foi preparada durante a semana, mas só este domingo tinha ordem para avançar. No âmbito da operação, foram realizadas 58 buscas programadas.

Fonte policial confirmou que foi apreendida droga e uma arma, durante estas buscas em Gaia, Gondomar, Bairro do Aleixo, Ribeira e Rua do Almada.

«O meu filho não é um assassino»

À porta das instalações estão amigas e familiares dos detidos, que durante a manhã não quiseram prestar declarações aos jornalistas. Os ânimos exaltaram-se por volta das 14h, quando a mãe de Bruno Pidá chegou à PJ aos gritos, causando grande comoção entre os familiares que já esperavam à porta.

«O meu filho não é um assassino», disse a mulher, que ia sendo impedida de falar pelos amigos presentes. Algumas câmaras ainda foram «apanhadas» no meio do rebuliço gerado e os media foram insultados pelos amigos do líder dos seguranças da Ribeira.

«Lourenço Pinto tinha prometido defender o meu filho e agora já não o irá fazer. Está a ser ameaçado». Advogado de Pinto da Costa reagiu ao PortugalDiário. Leia aqui.

Os advogados de um dos suspeitos detidos, Paulo Aleixo, que ainda não foi ouvido, garantiu ao PortugalDiário que há mais de dez detidos nesta operação, que ainda não terminou.

Director nacional da PJ acompanha operação na sede do Porto

Os causídicos Fátima Castro e Carlos Duarte afirmaram ainda que a fase de inquiração aos detidos ainda não começou e que não conseguiram falar com o seu cliente. Os advogados comentaram ainda com os jornalistas que o «ambiente» na PJ está «tenso». «Nota-se um clima de tensão entre os agentes da Judiciária do Porto e os restantes». Recorde-se que a recente nomeação pelo Procurador-geral da República de uma procuradora de Lisboa para tomar conta destes casos de violência no Porto reabriu feridas mal saradas, provocadas pela escolha de Maria José Morgado para conduzir o processo Apito Dourado, cujas acusações têm lugar sobretudo na zona Norte do país.

O director nacional da PJ está na sede da Judiciária do Porto a acompanhar esta mega-operação, sem precedentes, e dará uma conferência de imprensa cerca das 17h30.