[Última actualização às 23:00]

A onda de homicídios na noite do Porto levou a PJ a desenvolver este domingo de manhã uma mega-operação com 202 agentes da Judiciária e a participação da PSP, da qual resultaram 14 detidos.

Quando os investigadores saíram para a rua, antes das sete da manhã, tinham nas mãos nove mandados de detenção, emitidos pela juíza de instrução criminal, mas apenas cumpriram oito, já que um dos arguidos, conhecido por «Palavrinhas», não foi encontrado.

Os restantes detidos foram-no em situações de flagrante delito associadas, designadamente, à posse ilegal de armas e de droga.

Os indivíduos capturados nesta operação denominada «Noite Branca» - de combate à criminalidade associada à noite do Porto -, estão indiciados por associação criminosa, homicídio voluntário, tráfico de estupefacientes, receptação e detenção de armas proibida.

Os mandados de detenção emitidos, aludiam mesmo ao espírito de grupo que a complexidade dos crimes indicia e estabeleciam uma conexão com a segurança ilegal nos espaços de diversão nocturna e a obtenção de armas.

Em conferência de imprensa, o director nacional da PJ, Alípio Ribeiro, que acompanhou a operação no Porto, disse ainda que há mais de uma semana que esta mega-operação estava «desenhada» e que não vai ficar por aqui. A equipa nomeada pelo Procurador-geral da República para investigar os crimes não participou da mega-operação (não está sequer constituída), mas a procuradora Helena Fazenda, que vai coordenar o grupo, deslocou-se ao Porto possivelmente para acompanhar esta segunda-feira os interrogatórios no TIC.

Pidá não falou

Porto: «O que está em jogo é muito mais grave»

Ladeado pelos responsáveis da PJ/Porto, Alípio Ribeiro descreveu a operação como «complexa» e acrescentou que todo o processo foi acompanhado por uma juíza instrução criminal.

Detidos associados aos homicídios de empresário da noite e segurança

O PortugalDiário sabe que os detidos estão indiciados no homicídio de Aurélio Palha, empresário da noite, e Ilídio Correia, segurança em Miragaia, apesar de apresentarem graus de envolvimento diferentes nos crimes.

Passarão a noite nos calabouços da PJ e serão presentes ao juiz de instrução criminal esta segunda-feira.

Esta operação da PJ começou a ser preparada há mais de uma semana, confirmou o director nacional.

O último homicídio - na passada segunda-feira - relacionado com a guerra entre seguranças da noite não motivou nenhuma das detenções.

As operações, que envolveram pelo menos 202 efectivos da PJ (do Porto, Lisboa e Coimbra) e do Corpo de Intervenção da PSP, estenderam-se a várias zonas da cidade e arredores, como o Bairro do Aleixo, Rio Tinto, em Gondomar, e à zona da Ribeira.

Além da arma de Bruno Pidá, apreendida aquando da sua detenção na Rua do Almada, também a Paulo Aleixo, segurança numa empresa, foi apreendida uma shotgun. Este elemento terá sido indiciado apenas pela posse de arma ilegal.

No rol de apreensões estão também uma outra shotgun, uma pistola de 9 mm, um revólver e várias outras armas, assim como droga, veículos e objectos resultantes de furtos como televisores. Ao que a Lusa noticia, o volume de droga ascenderá às 50 mil doses.