O primeiro-ministro garantiu que a política de Saúde vai continuar, no entanto, «não vão encerrar mais urgências antes das alternativas estarem a funcionar», disse o primeiro-ministro e explicou: «Não quero que as pessoas pensem que o Estado está a fechar as portas para se ir embora». Ainda assim, Sócrates garante que «ninguém vai voltar atrás em nada. O que nós queremos é ter um novo método mas cumprir os mesmos objectivos»
O primeiro-ministro explicou que não é possível reestruturar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) com a quebra de confiança que se fez sentir «nos últimos dias», mas recusou que que tenha cedido a pressões. «Não se trata de ceder a pressões. Trata-se de compreender as pessoas e de transmitir melhorias ao sistema». O primeiro-ministro apresentou ainda como razão para remodelação a demagogia política de que foram vítimas as populações.
A manutenção do fecho de urgências prevista no mandado de Correia Campos levou José Sócrates a alongar-se nas justificações. «Não sou indiferente às pessoas. Ninguém deve ser». «Os meus pais são de uma aldeia, no concelho de Alijó. Compreendo bem as pessoas de Alijó, compreendo o seu sentimento psicológico de insegurança porque, com a demagogia política que é utilizada, acham que o Estado, porventura lhe vai prestar menos atenção».
Sócrates confirmou ainda que a demissão de Correia Campos foi a pedido do próprio: «Pediu para sair em nome das reformas», explicou o primeiro-ministro que não deixou de mencionar o trabalho dos ministros de saída. «Gostaria de fazer um elogio aos anteriores ministros e dizer-lhes publicamente que apreciei o seu esforço, dedicação, toda a dedicação que puseram para servir o seu país».
O ministro Correia Campos não falou aos jornalistas.
Mais mexidas no Governo
O primeiro-ministro confirmou que haverá mais mexidas no Governo, que ficarão a ser conhecidos ainda esta quarta-feira. Questionado pelos jornalistas sobre esta questão, depois da cerimónia de tomada de possa dos novos ministros da Saúde e da Cultura, José Sócrates disse que haverá «pequenos ajustamentos que serão feitos em poucos ministérios».
Instado a detalhar quais as pastas em que haverá alterações, o chefe de Governo adiantou apenas: «Nas próximas horas saberão».
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