O ministro dos Negócios Estrangeiros português considerou esta segunda-feira ser «difícil» o Tratado de Lisboa entrar em vigor na data prevista, 1 de Janeiro de 2009, mas mostrou-se «confiante» na resolução do problema colocado com o «não» da Irlanda, noticia a agência Lusa.

«Admito que seja difícil entrar em vigor a 1 de Janeiro de 2009. Se for preciso mais tempo para encontrar uma solução, é preferível do que impor soluções forçadas», disse Luís Amado à entrada de um a reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE), na cidade do Luxemburgo.

A rejeição pela Irlanda em referendo realizado na última quinta-feira sexta-feira domina a reunião dos chefes da diplomacia europeia que antecede o encontro de chefes de Estado e de Governo da UE de quinta e sexta-feira em Bruxelas.

Ministro desdramatiza chumbo da Irlanda

Luís Amado assegurou que «há várias ideias» e tentou desdramatizar a situação recordando que tanto o Tratado de Maastricht (1992) como o de Nice (2001) passaram por situações idênticas entrando em vigor mais tarde do que o previsto.

«Há várias opções. Mas primeiro temos de ouvir o governo irlandês, dar todo o espaço ao governo irlandês, que se empenhou muito na aprovação deste tratado».

O chefe da diplomacia portuguesa sublinhou que «a Europa precisa de estabilidade política para poder ajudar estabilidade no sistema internacional» e mostrou-se confiante em como os 27 irão «encontrar, seguramente, uma saída para esta situação«.

Numa altura em que 18 Estados-membros já ratificaram o Tratado de Lisboa - assinado pelos líderes europeus na capital portuguesa a 13 de Dezembro passado -, a Irlanda, o único país a realizar uma consulta popular por imperativos constitucionais, rejeitou o documento, com o «não» a alcançar 53,4 por cento dos votos, contra 46,6 por cento do «sim». Para entrar em vigor, o Tratado tem de ser ratificado pelos 27 sem excepção.