A presidência da União Europeia admitiu esta segunda-feira no Luxemburgo que a vitória do «não» no referendo na Irlanda colocou o processo de ratificação do Tratado de Lisboa num impasse e considerou «arriscado» falar em soluções para o salvar.

«Seria arriscado dizer que vamos ressuscitar o Tratado agora que estamos a enfrentar um bloqueio. É tempo de reflectir, analisar e ouvir», afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Eslovénia, país que assegura actualmente a presidência rotativa da União Europeia.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Dimitrij Rupel, falava à entrada de uma reunião dos chefes de diplomacia da UE no Luxemburgo, o primeiro encontro entre os 27 desde a rejeição do Tratado de Lisboa na consulta popular realizada na passada quinta-feira na Irlanda.

O Tratado tem de ser ratificado pelos 27 sem excepção

Rupel acrescentou que os ministros vão escutar atentamente o chefe da diplomacia irlandês, Michael Martin. «Pode ser que ele tenha uma solução».

Numa altura em que 18 Estados-membros já ratificaram o Tratado de Lisboa - assinado pelos líderes europeus na capital portuguesa a 13 de Dezembro passado -, a Irlanda, o único país a realizar uma consulta popular por imperativos constitucionais, rejeitou o documento, com o «não» a alcançar 53,4 por cento dos votos, contra 46,6 por cento do «sim». Para entrar em vigor, o Tratado tem de ser ratificado pelos 27 sem excepção.