O Instituto de Seguros de Portugal (ISP) está a averiguar, com os outros reguladores financeiros, o papel do fundo de pensões do BCP no caso das «off-shores» usadas para compra de acções próprias, não excluindo desencadear uma contra-ordenação ao banco.

«O processo (de averiguações) prossegue e a seu tempo se verá», disse o presidente do ISP, Fernando Dias Nogueira, em declarações aos jornalistas, no final de uma audição no Parlamento, quando questionado sobre o que estava em causa e se o supervisor da actividade seguradora podia vir a punir o BCP, diz a «Lusa».

«No quadro das investigações da CMVM e do Banco de Portugal, o ISP foi informado que o fundo de pensões do BCP tinha feito uma aplicação numa das empresas que estão a ser investigadas», esclareceu o presidente do ISP, referindo-se as sociedades «off-shore» utilizadas pelo banco para compra de acções da própria instituição, em condições que podem ser ilegais.

Recorde-se que na apresentação de contas relativas ao ano passado, o BCP revelou que a utilização irregular de sociedades «off-shores» teve um impacto negativo no fundo de pensões da instituição de 116 milhões de euros em 2006 e 2007.

«Com os dados disponíveis na altura não era possível identificar qualquer irregularidade neste investimento» rematou Fernando Nogueira na Comissão de Orçamento e Finanças.