A Autoridade da Concorrência (AdC) vai continuar a acompanhar o mercado dos combustíveis, embora o seu último estudo tenha revelado a não existência de indícios de cartelização de preços, garantiu o presidente do regulador, Manuel Sebastião.

Na Comissão de Orçamento e Finanças, que decorreu esta quarta-feira no Parlamento, o responsável disse aos deputados que este acompanhamento se fará agora «com mais informação», eventualmente «numa base mensal».

Esta informação adicional será pedida pela AdC às petrolíferas, cadeias de grande distribuição e à Associação de Revendedores de Combustíveis (Anarec), esclareceu ainda Manuel Sebastião.

Recorde-se que a pedido do ministro da Economia, Manuel Pinho, o regulador elaborou em cerca de um mês um estudo sobre a formação dos preços dos combustíveis, que revelou não haver indícios de cartelização em Portugal e que os preços praticados pela petrolíferas em Portugal estão, afinal, muito próximos da média europeia. Mais, que a serem analisados estes preços antes de impostos o mercado nacional não apresenta diferenças quando comparado com o espanhol.



«Todos sabem tudo sobre os preços»

«É um mercado onde constatámos que todos sabem tudo sobre os preços praticados», disse esta quarta-feira ainda acerca da análise que efectuaram, lembrando que esta é uma evidência contrária ao que acontece quando há cartelização.

Ainda assim, garantiu que continuarão «a acompanhar estas questões», até porque «há uma relação histórica entre os combustíveis e a criação da Autoridade da Concorrência. Se bem se lembram, só depois da criação da Concorrência em Março de 2003, o Governo avançou com a liberalização (em Janeiro de 2004 e que já estava planeada assim)», lembrou aos deputados.