Em declarações à agência «Lusa», o presidente da Associação Nacional de Revendedores de Combustível (ANAREC) disse temer que os efeitos que se fazem sentir em Espanha, onde se evidencia entre os consumidores algum receio relativamente a eventuais faltas de bens, devido a problemas de distribuição provocados pelos protestos dos camionistas, em poucas horas cheguem também a Portugal.
«Grande parte das bombas são abastecidas diariamente. Isto significa que se estiverem o dia de hoje sem abastecimento correm o risco de secar, ainda para mais se aumentar o ritmo da procura», explicou Augusto Cymbron.
Feriado complica tudo
«Vai ser terrível, ainda para mais tendo em conta que amanhã (terça-feira) é feriado», sublinhou o responsável, referindo que o Governo precisa de tomar medidas «urgentes» para conter esta paralisação e acabar com a «especulação» das gasolineiras, que fazem escalar o preço dos combustíveis.
Cerca de 15 por cento dos postos de gasolina de Madrid já estavam sem abastecimentos de combustível ao início da tarde, segundo uma fonte da associação espanhola de empresários das bombas de gasolina.
Se a afluência de clientes se mantiver-com um ritmo de consumo mais elevado do que o de fornecimento-esse valor pode aumentar para 40% no final do dia, avisou.
Os transportadores rodoviários portugueses iniciaram esta segunda-feira acções de protesto por todo o país, depois de uma reunião do sector realizada sábado, na Batalha, à margem da ANTRAM, cuja direcção rejeitou a paralisação defendida pela maioria dos participantes no plenário e manteve as negociações com o Governo.
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