O líder da CGTP, Carvalho da Silva, abandonou a reunião de Concertação Social. O responsável diz que «a proposta não passou de uma encenação significativa», referiu à saída.

«Aquilo que está presente aqui é provavelmente a mexida mais profunda e mais desequilibrada das relações laborais que Portugal viveu em democracia. Não digo isto com qualquer exagero mas com enorme preocupação», sublinhou o dirigente.

Carvalho da Silva acrescentou que «a questão da inaptidão fazia parte do cenário», reforçando ainda que o «País está a viver uma situação difícil».

Trabalhadores vão ter intervenção forte

Para a CGTP, «os conteúdos podiam alterar-se no princípio se a proposta do Governo fosse aquela que o PS tinha anunciado em 2003. Se fosse essa a proposta a CGTP tinha assinado o acordo», salientou.

No entender do dirigente, os trabalhadores «vão ter de intervir neste processo, porque há uma ausência de propostas profundas no combate à precariedade, que mexe na determinação de mecanismos de controlo dos horários de trabalho».

«Esta proposta significa para os trabalhadores perdas significativas e é um retrocesso social inquestionável», alertou ainda Carvalho da Silva.

Recorde-se que o Governo está reunido, esta quarta-feira, com os parceiros sociais para discutir o código do trabalho.

À entrada da concertação, José Sócrates disse que «é muito importante para o país que haja um acordo na concertação social e que haja um novo compromisso social que permita mais flexibilidade às empresas. Queremos que haja mais negociação, redução dos recibos verdes e dos contratos a termo».