O Automóvel Clube de Portugal (ACP) alertou esta quinta-feira para o facto do mercado de combustíveis dar azo a algumas disparidades ao nível de preço.

Numa análise de evolução dos preços durante o ano de 2008, a instituição concluiu que o barril do petróleo ao mesmo preço não implica que o preço a pagar pelos combustíveis seja idêntico.

«Sendo que a cotação do crude (euro/barril) em 19 de Maio e 28 de Julho de 2008 foi praticamente idêntica - 80 euros por barril, o certo é que o preço na bomba do diesel (euro/litro) foi de 1,358 e 1,417 euros/litro respectivamente, o que se traduziu num aumento da margem de comercialização e distribuição de 6 cêntimos euro/litro nessas mesmas datas», refere o ACP.

Quanto à gasolina 95, concluiu-se o mesmo, mas o diferencial nas datas foi de 5 cêntimos/litro. Algo que leva o clube a avançar que «a frequência e quantitativo da actualização dos preços (quer na alta quer na descida) é claramente desigual».

Galp influencia preços

O ACP é também muito crítico quanto à postura dos três operadores nacionais ao nível da distribuição do mercado nacional. No entender do Automóvel Clube de Portugal, não «obstante a aparente situação de concorrência que possa existir, o facto é que o ajustamento de preços do diesel e da gasolina é feito quer temporalmente como quantitativamente de uma forma vincadamente marcada pela actuação do principal operador do mercado (a Galp)», diz em comunicado.

«Objectivamente, constata-se que o nível de preços praticados em qualquer estação de serviço dos três operadores é exactamente o mesmo, com diferenças mínimas limitadas ao período que medeia entre as datas por vezes diferenciadas de modificação desses preços, contrariamente ao que se verifica em outros países da União Europeia», acrescenta.

O ACP salienta igualmente que tal facto não decorre de uma imposição ou restrição da elasticidade do preço.