As empresas de crédito ao consumo estão a reforçar as suas equipas de recuperação de dívidas, para fazer face ao aumento do incumprimento. Cofidis, Cetelem e Credifin, três das principais empresas do sector a operar em Portugal (com uma carteira de crédito conjunta superior a 2,28 mil milhões de euros no final de 2007) admitem que a crise está a aumentar os atrasos nos pagamentos.

«O reforço das equipas de recuperação é um indicador de como o incumprimento está a aumentar», reconhece Margarida Pena, directora de Recursos Humanos da Cofidis, avança o «Diário Económico». Desde o início do ano, já chegaram mais 34 colaboradores à área, que conta agora com 191 pessoas para reaver as mensalidades que estão em atraso.

Jacques Trohel, director de Análise e Recuperação de Crédito da Cofidis, reconhece que a crise financeira trouxe «mais incumprimentos em valores pequenos e não apenas nos montantes mais elevados».

Albertino Neves, director de Gestão Clientela da Cetelem, garante que a taxa de incumprimento se tem mantido inalterada face a 2007: 4% dos clientes, ou seja 17.500 pessoas, estão em situação de gestão de incumprimento.

A Credifin, também admite um aumento do incumprimento, «mas de forma moderada».

Nos casos de incumprimento, os clientes são rápidos a decidir quais são as prioridades. «Em caso de dificuldade, as prestações da casa e do carro são as primeiras a ser pagas», reconhece Jacques Trohel.